SALA 4 / FILA D / LUGAR 9

  Fui ao cinema, do Fórum Viseu, ver o filme “O Caso Spotlight”, realizado por Tom McCarthy. Perguntei ao rapaz que vendia os bilhetes se havia alguma fila vazia. Respondeu: “Hoje a sala está um bocado cheia… arranjo-lhe na Fila D, pode ser?”. Aceitei a sugestão. Fiquei no lugar 9 da Fila D. Verifiquei no […]

  • 10:24 | Sábado, 06 de Fevereiro de 2016
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Fui ao cinema, do Fórum Viseu, ver o filme “O Caso Spotlight”, realizado por Tom McCarthy. Perguntei ao rapaz que vendia os bilhetes se havia alguma fila vazia. Respondeu: “Hoje a sala está um bocado cheia… arranjo-lhe na Fila D, pode ser?”. Aceitei a sugestão. Fiquei no lugar 9 da Fila D. Verifiquei no ecrã, por cima do atencioso colaborador, onde podemos saber quais os filmes em exibição, os horários e a lotação de cada sala. A sala “um bocado cheia” tinha 14% da lotação ocupada, ou seja, é fazer as contas…86% dos lugares ficaram vazio… Um sinal bem forte da crise que vivem os cinemas no nosso país. Talvez não seja má ideia repensar a política de preços…

Um filme que, não sendo soberbo, recomendo. Um bom exemplo do que deve ser o jornalismo, em vias de extinção no nosso país, de investigação. Pode ler-se na secção Culturas, dedicada ao cinema, da revista “E” (Expresso, 30 de janeiro de 2016) que um grupo de jornalistas de investigação – a equipa Spotlight do Boston Globe – o jornalismo de investigação “é uma tarefa de formiga paciente e rotineira, que consulta arquivos e documentos, que bate a portas, uma e outra vez, que esmorece quando vê muros que parecem intransponíveis, mas logo encontra alento para tentar escalá-los ou dar a volta. Um dos méritos de o ‘O Caso Spotlight’ é mostrar o trabalho perseverante e muitas vezes fastidioso que está por detrás dos prémios Pulitzer.”


O argumento do filme conta a história da investigação realizada pelo jornal “The Boston Globe”, premiada com o Prémio Pulitzer, que revelou um enorme escândalo de pedofilia dentro da igreja católica e décadas de silêncios cúmplices aos mais altos níveis.

Michael Rezendes, um dos jornalistas que trabalhou na investigação do caso que abalou a estrutura da igreja, é lusodescendente e durante três décadas trabalhou no jornalismo de investigação. Fez trabalho relevantes sobre os ataques do 11 de setembro, suicídios na prisão, serviços de saúde e o papel das doações monetárias nas eleições presidenciais.

A sobriedade do filme, aliada à qual

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Publicado em Opinião