COMPARAÇÕES PERIGOSAS

    A detenção do engenheiro Sócrates tem tido eco na imprensa internacional, como não poderia deixar de ser. Gostemos ou não, foi primeiro ministro de Portugal e um político carismático, um “animal de palco” e um comunicador de qualidade excepcional. Não gosto do estilo e, como imaginam, nunca votei nele, mas respeito o “homem” […]

  • 18:19 | Sábado, 29 de Novembro de 2014
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A detenção do engenheiro Sócrates tem tido eco na imprensa internacional, como não poderia deixar de ser. Gostemos ou não, foi primeiro ministro de Portugal e um político carismático, um “animal de palco” e um comunicador de qualidade excepcional. Não gosto do estilo e, como imaginam, nunca votei nele, mas respeito o “homem” e o seu passado, como líder do nosso país. Se for culpado, pois que a justiça atue em conformidade e com “mão pesada”, até lá, tem direito à sua defesa e ao respeito pelos seus direitos.


A novidade reside na comparação que José M. De Areilza constrói no seu artigo de opinião no jornal ABC, entre José Sócrates e Passos Coelho – “O Finlandês”!

No artigo “Un Finlandés en Lisboa” (ABC, 28/11/2014), Sócrates é caracterizado como um lunático, megalómano e mentiroso compulsivo, enquanto Passos parece ser um protótipo a seguir, um belo exemplar nórdico da desejável  austeridade pessoal.

 

José Sócrates: “vivia num mundo fantasioso, construído com mentiras, um currículo falso e quantidades de dinheiro subtraídas ao erário público, ainda por determinar, com as quais financiava um apelativo estilo de vida no seu refugio de Paris. O seu gosto pelo luxo contrasta pelo contra-exemplo do atual primeiro ministro.”

 

Passo Coelho: “Pelos seus costumes Passos parece finlandês. É austero, vive modestamente no seu bairro de sempre, passa as férias em Manta Rota, uma praia popular e cozinha sardinhas ao ar livre como tantos outros. A sua única excentricidade, além de cantar, é o gosto pelas ideias e por isso introduziu académicos notáveis – Vitor Gaspar, Miguel (Poiares) Maduro no seu governo. É a lição de Portugal.”

 

Caro senhor Areilza, ter-se-á esquecido do notável académico Miguel Relvas? Ou esse currículo não terá tido importância para quem tem como excentricidade as ideias? Bem, talvez tenha também dotes vocais que preencheram as crateras curriculares…talvez tenha sido, ou seja ainda, um menino do coro, quanto ao decoro…estamos falados!

 

Sublime-se que não acredito em anjos e demónios. Deixo-os para o Dan Brown

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Publicado em Opinião