"Viver Viseu" despoluidamente…

A nossa estimada autarquia – decerto não o fazendo por mal – comete alguns erros de palmatória (provavelmente só desatenções) em termos de poluição urbana. Até eu estou urbano, com tanta ressalva… Não quero voltar a falar das gruas que se erguem por toda a parte. Umas activas, outras há muito abandonadas (como a obra). […]

  • 11:46 | Quinta-feira, 29 de Maio de 2014
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A nossa estimada autarquia – decerto não o fazendo por mal – comete alguns erros de palmatória (provavelmente só desatenções) em termos de poluição urbana. Até eu estou urbano, com tanta ressalva…

Não quero voltar a falar das gruas que se erguem por toda a parte. Umas activas, outras há muito abandonadas (como a obra).
Quero sim falar do tão querido, amado e propalado centro histórico nas amaviosas vozes da edilidade sempre tão “bandeira”…
Era bom, que o estimassem também com actos e que provassem que conhecem aquilo sobre que falam atrás das secretárias, nos cómodos gabinetes, aos microfones edulcorados da comunicação “amiga”.
A estatuária está nojenta; os candeeiros antigos, alguns da lavra de mestre Malho estão, em muitos locais, votados à incúria com vidros partidos, portaletes rebentados, lâmpadas fundidas, pintura estoirada.
A sinalética informativa é caótica e contamina qualquer paisagem urbana, monumento ou artéria.
A degradação de certos imóveis ao Deus-dará, às vezes e até pelo local onde estão implantados, mereceria um esforço da autarquia, conjuntamente com os seus proprietários, para terem uma cara lavada, uma demão de tinta em cima, caixilhos restaurados, vidros substituídos.

Restos de obras mal concluídas, por toda a parte, a dar um ar de esventramento e desleixo.


Estruturas de carros alegóricos abandonadas de um ano para o outro, a envenenar locais “vitais”.
Placards de partidos políticos deixados de eleição a eleição.
Os estendais de roupa nas janelas e paredes, se assazmente típicos, deixam uma imagem de pátio de aldeia pouco consentânea com um desiderato a Cidade Património da Humanidade.
É que há tipicismo a preservar e desmazelo a erradicar.
Lixo por recolher em parques e contentores, com mais sistematicidade do que o desejável.
Mas o pior de tudo é mesmo a enorme confusão de linhas eléctricas, de cabos, de outros aparelhómetros cujo nome ignoro e que maculam qualquer parede, qualquer rua, qualquer patrimonial construção. Serão obra da EDP? Como se licenciam obras e se concede a licença de habitabilidade? Isto está na montra, à vista de todos, nem queremos imaginar o que vai lá por dentro…
Em vez de se gastar um milhão de euros em belas mas perecíveis flores, que tal gastar um milhão a dar ufania e mão de mestre marceneiro, pintor, electricista, trolha ao Núcleo Histórico da Urbe?
Não me agradeça, senhor Presidente, pelos bons conselhos que não me pede mas eu lhe dou. São de borla. Enquanto muitos dos que recebe, inúteis, são a pagar e muito caros.
E se precisar de uma centena de fotografias do enumerado não se acanhe. O seu assessor de comunicação (ou será de “press”?) ainda deve ter o meu número de telefone…

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Publicado em Editorial