“Viseu declara-se…”

  Pois é assim mesmo que a cidade do Viriato e do Sobrado (ou será do Sobrado e do Viriato?) se apresenta, ganhando por personificação, a voz que lhe faltava e, agora, como o menino que aprende a falar, não se cala em histriónica propaganda, a qual, infelizmente, não parece ser acompanhada dos actos & […]

  • 10:42 | Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2017
  • Ler em 2 minutos

 
Pois é assim mesmo que a cidade do Viriato e do Sobrado (ou será do Sobrado e do Viriato?) se apresenta, ganhando por personificação, a voz que lhe faltava e, agora, como o menino que aprende a falar, não se cala em histriónica propaganda, a qual, infelizmente, não parece ser acompanhada dos actos & factos.
Desde que este executivo ganhou este “moço”, o J. Sobrado – já antes de ser vereador todo-poderoso, pontificando na corte, não como bobo, mas como sábio conselheiro-mor – que Viseu passou a aparecer um mínimo de dez vezes ao dia nos ecos de toda a comunicação social mais disponível, para toar loas à magnificência da virtual obra feita. Como já todos vimos, e em viticultura eles são exímios, muita parra e pouca uva.
Há dias, o referido líder das massas locais apregoava numa entrevista televisiva a um canal amigo, “nós em Viseu somos hospitaleiros…”. Pois somos, e ele é bem o exemplo disso, fazendo jus ao “veni, vidi, vinci” do seu colega da altura, Júlio César, agora que se tornou voz e eco da Cidade.
Após o falhado 2017 Ano Oficial para Visitar Viseu, este mês a seu fim chegado, no qual e apesar de todas pândegas possíveis e imagináveis – a fazer corar Dionísio – os turistas não aceitaram o repto (assim o dizem os estudos feitos e publicados por entidades isentas), Viseu é declarada Cidade Europeia do Folclore.
Pífia a ideia, assim a modos que um “déjà vu” por aqui e por ali, voz unilateral a presumir ser tudo o que passa pela cabecinha do “Aladino do Rossio” que, em abono da verdade, tem mais milhões dos contribuintes para gastar do que mais-valias para lhes dar.
“Viseu é uma cidade criativa e feliz. São mais de 100 mil os habitantes que fazem desta a melhor cidade para viver. Desafiamo-la/o a viver as nossas tradições e a surpreender-se com a efervescência dos nossos talentos.” Assim reza um parágrafo do prefácio de um guia mensal da urbe, a propagandear, nos seus 5 mil exemplares, a cidade que lhe dá o pão para a boca.
Criativa e felizefervescência dos nossos talentos… Assim se vêem, assim se iludem, assim se alardeiam, cientes de que a Verdade é toda a “pêta” circunstancial e de momento que lhes sai da “garganteada” boca para fora.
O folclore vai, pelos vistos, continuar e o afã é de tal forma poderoso que o DN até já declarou a escadaria dos Remédios património local – não era preciso tanto!… e segundo mais esta pérola noticiosa, o fogo de artifício não vai faltar. Tão pouco as “tasquinhas e bares para garantir uma oferta variada de petiscos e bebidas”.
Esta é a imagem foliona e báquica que o “moço” tem de Viseu. Os milhões que o “outro” lhe dá… fazem o resto.
Em sentido figurado, a palavra “folclore” é usada com o significado pejorativo de “mentira”, “invenção”, designando algo fantasioso. Também se refere a determinadas características pitorescas relacionadas com uma pessoa, um acontecimento, um lugar, etc. Por exemplo: folclore político.” Pode ler-se em. Provavelmente o Sobrado tem razão e é em sentido figurado que ele entrevê a “coisa”… No fundo “Thats’s all Folks!”
 
(Fotos DR)

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial