Uma direita “prafrentex” e uma esquerda conservadora. Isto é o quê?

  Esta dicotomia direita/esquerda tem mais sentido nos desfiles militares e na marcha das tropas em desfile. Volver… Aceitando a designação que mais se assemelha a um maniqueísmo entre o Bem e o Mal, tão deficitária e clubisticamente interpretado, vamos acreditar nas ideias boas que existem em ambos os cantos do credo. A direita, durante […]

  • 13:26 | Domingo, 13 de Março de 2016
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Esta dicotomia direita/esquerda tem mais sentido nos desfiles militares e na marcha das tropas em desfile. Volver…
Aceitando a designação que mais se assemelha a um maniqueísmo entre o Bem e o Mal, tão deficitária e clubisticamente interpretado, vamos acreditar nas ideias boas que existem em ambos os cantos do credo.
A direita, durante décadas conotada com o Estado Novo, representou tudo o que de mais conservador existia em Portugal. A nível político, institucional, repressivo, religioso e etc.
A esquerda, no seu estatuto de meio século de oposição e de clandestinidade, tentava a todo o custo impor “o novo ideário” mundial.
A direita hoje reclama-se uma modernidade e uma inovação sem precedentes. E acusa a esquerda de ser o mais conservadora possível.
Talvez o conservadorismo da esquerda resida num anátema para a direita: a problemática social. O ser humano. As melhores condições laborais. A defesa dos direitos dos trabalhadores. O direito a tudo que a Constituição da República Portuguesa consigna, como a Educação, a Saúde, a Igualdade entre géneros, etc.
Talvez a modernidade da direita seja a tábua rasa da questão social, a idolatria dos mercados, as melhores condições patronais, a defesa dos direitos dos “donos-disto-tudo”, o repúdio da Constituição que lhe trava o ímpeto privatizador de entregar tudo aos privados e a destruição do Estado Social.
Se a esquerda é conservadora, na óptica da direita, por motivos deste teor, eu sou e serei conservador.
Mas acredito, com convicção que este tempo de divisão básica deveria chegar ao fim. Gostaria de acreditar que na “direita” e na “esquerda” há gente boa com ideias competentes para a governação de Portugal. Que o nosso país tem políticos sérios, empenhados e capacitados para o “fazer bem”, sem ser a soldo de A, de B e de C, sem serem “facilitadores de X, de Y e de Z. Políticos com maiúsculas e não com as ilegíveis minúsculas, correndo por aí, com o estrépito da manada…
O resto… bom, o resto são as claques clubísticas, arruaceiras, diabolizadoras, radicais e extremistas. A democracia tem que aceitá-las, melhorá-las e perceber que são efeito cuja causa, assazmente, reside em pilares sociais ao abrigo de toda a suspeita…
 

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