Segurismo radical…

    Não sei bem qual o sentido e significado de “segurista” hoje em dia. Muito menos de “radicais”. Mas entendo-os. Como entendo os surfistas na Nazaré e os café racers das Avenidas Novas. Criaram-se no PS as primárias. E muito bem. Mas se era apenas uma medida dilatória e de último recurso para impedir […]

  • 1:20 | Quarta-feira, 05 de Novembro de 2014
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Não sei bem qual o sentido e significado de “segurista” hoje em dia. Muito menos de “radicais”. Mas entendo-os. Como entendo os surfistas na Nazaré e os café racers das Avenidas Novas.
Criaram-se no PS as primárias. E muito bem. Mas se era apenas uma medida dilatória e de último recurso para impedir o inevitável, o tiro saiu pela culatra.
Depois, os “seguristas” arrimaram-se activos a uma duvidosa legitimidade com uma vitória, em todo o Portugal, conquistada apenas na federação da Guarda. Como esteio e de acordo com as regras democráticas é delgadinho o fundamento… E se dúvidas ainda houvesse, os resultados deste sufrágio foram: António Costa 67,71%; António José Seguro 31,59%, ou sejam em 178.390 votos (brancos e nulos incluídos), Costa teve 120.790 e Seguro 56.353 (dados oficiais).
E enquanto Costa apela à união, os “radicais” apelam à cisão. Como é que o povo diz? “Quem poupa o inimigo às mãos lhe morre.” Ou então, assim dito, de um saber milenar: “Bonus nocet, qui malis parcit”.
Na noite em que foram tornados públicos os resultados eleitorais, o secretário-geral derrotado teve uma digna e imediata saída de cena. Fez o que a coluna vertebral de um homem ordena. Outros seguiram as suas pisadas, no entendimento que as instituídas regras do jogo são para cumprir.
Mas alguns por lá ficaram, usando de cara de pau para manter o “emprego” por mais uns tempos e para irem golfando o ressabiado fel político.
A diferença, entre uns e outros, assume-se assim simples na certeza confirmada de que há gente que não sabe viver senão à sombra do conforto político.
O resto são conjuras cortesãs permitidas num palácio condescendente e acolhedor. Tão acolhedor que até verga algumas cervizes e abre espaço a todas as praxis políticas em contra-maré dos resultados democraticamente obtidos. Oportunidade ou oportunismo? Talvez ambas. A primeira pela nesga de permissividade que em nome da bem-intencionada “união” ainda é concedida. A segunda… como jangada para alguns náufragos tentarem remar até à Baía do Bem-Bom.
Em breve e mais minuciosamente retomaremos este assunto. Até e porque não tarda vão começar a desenhar-se as listas de candidatos a deputados da Nação… e ao que se consta, já não há tickets que cheguem para os que diariamente engrossam a “bicha”. A bem do Povo e pela Pátria, está claro!

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