São todos Viriatinhos…

  Ando a ler a trilogia do Harari e muito de quanto lá leio motivo é de pródiga ponderação… Esta coisa dos algoritmos emocionais dá pano para mangas. Noutra altura lá voltaremos. Porém, certo é que os hemisférios esquerdo e direito, os nossos 37 biliões de células, os padrões de neurónios em movimento et all, […]

  • 18:25 | Sexta-feira, 21 de Setembro de 2018
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Ando a ler a trilogia do Harari e muito de quanto lá leio motivo é de pródiga ponderação…

Esta coisa dos algoritmos emocionais dá pano para mangas. Noutra altura lá voltaremos. Porém, certo é que os hemisférios esquerdo e direito, os nossos 37 biliões de células, os padrões de neurónios em movimento et all, determinam os estimuladores transcranianos por corrente contínua (ou talvez vírias?) de alguns astrogodos e visigodos deste vetusto território o que, aliado aos preconceitos da sociedade, ao ego da nossa história pessoal e à herança genética, nos proporciona notabilíssimos casos no âmbito da psicanálise, fornecendo cobaias extraordinárias para os Segismundos actuais.
Provavelmente infâncias infelizes, traumas sexuais aviltantes, imponderada dominação materna, traições e desenganos, desilusões, privações, eventos catastróficos, pseudo-exposição à miséria ou seu receio… sei lá eu que mais para justificar estados emocionais frágeis, travestindo a insegurança, o pânico e as fobias em comportamentos de autocracia, altercações com género oposto e uma pseudo coragem de três vinténs, lesta arredada ao bater de um calcanhar mais ecoante.
De seguida, estes figurantes/figurões, bebedores de protagonismo por ânfora de 5 litros, desmesuram os atávicos egos à imensidão ficcionada no seu hemisfério esquerdo, gerando plausíveis histórias e vivências, só verosímeis, mas sem a sustentação de qualquer verdade. E geram a sua verdade. Ou a verdade de suas “narrativas”.
Andam por aí, estão à frente de instituições talvez credíveis, ostentam-se como pilares sociais, dão azo e prática a uma ars bene discendi emplumada com dizeres alheios, vestem sapiência com a roupa interior encardida e cosmeticamente usam fragrâncias do Levante para ocultar o mofo das populistas demagogias.
Neste reino quase todos são cegos e eles os detentores de um único olho. Assim, vestem o manto de arminho da realeza (in)convencida de sua nudez.
Na falácia de perna curta se acoutam como em albergue espanhol, colhendo muita admiração da tarantice pública, esparvoada como perante o capador de Alvite em dia de arraial Barrelense.
Preciosos case studies prenhes de arrogância alvar e mui aveludada à vista, de rapaces unhacas, cascudas mas bem grosadas e brilhantes no verniz cor de bife tártaro, que recobre o surro rapado na cupidez de muito baú esventrado.
Andam por aí, viriatinhos com côco e creme pasteleiro, inchadinhos de empáfia, a fazer de contas que são líderes da Cantareira, mas aqui in situ, na foz do Pavia, de leito seco pela canícula estival, fedem tanto como os esventrados esgotos.


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