Ruas e a “punição exemplar dos corruptos”

    Fernando Ruas veio tornar pública a sua posição acerca da corrupção. Num seminário local apelou à “punição exemplar dos corruptos”. Isto quando por toda a parte se sucedem a um ritmo alarmante casos envolvendo figuras da política, turismo, futebol, associações empresariais, banqueiros, militares e um nunca mais acabar de implicados. Referindo-se a Viseu […]

  • 12:20 | Segunda-feira, 19 de Novembro de 2018
  • Ler em 2 minutos

 
 

Fernando Ruas veio tornar pública a sua posição acerca da corrupção.

Num seminário local apelou à “punição exemplar dos corruptos”. Isto quando por toda a parte se sucedem a um ritmo alarmante casos envolvendo figuras da política, turismo, futebol, associações empresariais, banqueiros, militares e um nunca mais acabar de implicados.
Referindo-se a Viseu e ao caso concreto do presidente da autarquia viseense e as suas alegadas ligações a um empresário local, que foi detido para averiguações no caso do Turismo do Norte, Fernando Ruas refere:
“O meu desejo é que tudo esteja em conformidade, o contrário seria prejudicial para os envolvidos e prejudicial para o concelho. Isso é a última coisa que queremos. Espero que tudo se desenvolva de modo a que o senhor presidente da Câmara possa demonstrar a sua inocência e como não temos nenhuma razão para duvidar do que disse, e da forma veemente e em cima do acontecimento como o fez, esperamos naturalmente que nada tenha a ver com as alegadas suspeitas.”
Esta resposta, onde não se vislumbra um grama de solidariedade para com o seu sucessor, deixa bem clara quanto “a não conformidade” seria “prejudicial para o concelho”; quanto espera que Almeida Henriques “possa demonstrar a sua inocência” e quanto a dúvida sobre a inocência é inexistente pela “forma veemente e em cima do acontecimento” como o actual autarca reagiu, ainda acrescentando: “esperamos naturalmente que nada tenha a ver com as alegadas suspeitas.” Se não fosse o “naturalmente” e as “alegadas” quase conjecturaríamos estar a falar do fundo do coração, mas, assim quase duvidamos…
O recado lido nas entrelinhas, com uma no prego e outra na ferradura, mais se assemelha ao copo de cicuta servido para saciar a sede dos condenados e abreviar seu sofrimento, podendo a resposta ser:
Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice!” (Mateus 26:39).
 
Imagem: “A Morte de Sócrates”, de Jacques Louis David, representando o filósofo condenado à morte por ingestão de cicuta, acusado de corromper a juventude de Atenas e introduzir falsos deuses, foi aleatoriamente escolhida como ilustração.
 


Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial