Que Almeida Henriques?

  Pergunto eu, após ler de relance a “epístola” por ele lavrada no seu órgão de eleição, o CM, sob o título “Que País?”. Aproveito para me desculpar pela pouca atenção que me tem merecido, mas lembro a anedota do “Sempre faisão, sempre rainha…”. Ou seja, o direito à náusea. O colega de croniqueta lá […]

  • 13:29 | Segunda-feira, 01 de Outubro de 2018
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Pergunto eu, após ler de relance a “epístola” por ele lavrada no seu órgão de eleição, o CM, sob o título “Que País?”.

Aproveito para me desculpar pela pouca atenção que me tem merecido, mas lembro a anedota do “Sempre faisão, sempre rainha…”. Ou seja, o direito à náusea.
O colega de croniqueta lá vem tanger os auto-elogios do costume. Desta feita sobre o reconhecimento de Portugal e dos portugueses à cidade que ele salvou do descalabro, do anonimato, do em vias de ser quase apagada do mapa.
Claro que e para variar, o actual edil, colateralmente destrata e passa atestados de incompetência ao seu antecessor, Fernando Ruas, pois sem sombra de dúvida, antes dele Viseu estava à beira do naufrágio e “après moi… le déluge”. Almeida Henriques só não nos informa de quantos milhões gastou e gasta a propagandear os seus milagres e a torná-los visíveis na “press amiga”.
Para mim, basta-me sair à rua de noite e ver os candeeiros de iluminação pública com grande parte das lâmpadas fundidas ou sair de dia e ver o lixo que se acumula por aí…
Mas muito mais, do topo do seu Himalaia (ou será do Crasto?), ele lobriga a “felicidade” no rosto deslumbrado dos viseenses que já vêem à distância o que ele intitula de “verdadeiro farol no interior de Portugal”.
Um lírico de finíssima água, a fazer inveja a Soares dos Passos e ao seu “Noivado do Sepulcro”. Mas o delírio, no calor do encumiástico espelho distorcido onde se revê, vai mais longe, e então, Viseu ganhou os títulos quase todos:


“melhor concelho para ser mais feliz”;

“ter melhor qualidade de vida”;

“ser mais saudável”;

“ter mais segurança”;

“o melhor concelho para comprar casa”;

“com melhor limpeza nos espaços públicos”;

“o melhor município para idosos”…

Quais os critérios onde se fundamentam os analistas? Quanto custou a análise? Qual foi o ingrato viseense que ainda não percebeu esta realidade à vista de todos? Se Viseu é de facto assim, como Almeida Henriques, delirante, a pinta, que necessidade tem de “gastar a agulha” a repeti-lo incessantemente?
Não deveria ser por si por demais evidente a todos nós? Quem acredita em Almeida Henriques?
Ademais, evidente é Fernando Ruas ter deixado Viseu num descalabro, a fazer pé nas palavras do sucessor… E porém, já há muitos a terem saudades dele e a pretenderem a sua volta com a maior das urgências. Será possível? O que é que aqui não bate certo?

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Publicado em Editorial