Os TOMI’s sumiram de Viseu

Terá sido mero vandalismo? Será que havia um contrato que expirou e não foi renovado? Porquê? Ou terá havido ainda outro qualquer motivo que não foi divulgado aos viseenses?

Texto Paulo Neto Fotografia Direitos Reservados (DR)

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  • 18:07 | Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2020
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De repente, do dia para a noite, os três TOMI’s instalados pela empresas Tomi World na cidade de Viseu sumiram-se sem um adeus sequer.

Um colocado no Rossio junto à Câmara, outro no centro histórico e o terceiro ao pé da rodoviária. Eixos turísticos tidos como centrais.

Deles, esbeltos, inteligentes e airosos apenas ficaram uns tubos decapitados do corpo-mãe.


“No mundo das novas tecnologias há um aparelho que está a revolucionar a maneira de olharmos as cidades e de as experimentarmos. Chama-se tomi e é o primeiro equipamento de informação urbana e interativa capaz de prestar informação e funcionar em rede.” Escrevia o CM em 2016, que acrescentava, encomiástico:

“O objetivo do tomi é simplificar e por isso há apenas quatro botões: notícias, agenda, diretório e mobilidade. No primeiro está concentrada a informação local. No segundo pode-se aceder a datas de concertos e exposições, e efetuar reservas. No diretório, encontra tudo o que a cidade tem para oferecer, a partir do local de onde está: onde comer e dormir, onde é a farmácia mais próxima, são apenas alguns dos exemplos. Por fim, a mobilidade: onde estamos e para onde queremos ir usando transportes públicos.”

A publicidade feita dizia-nos que “100 cidades são mais inteligentes com o Tomi”;

Que o tomi é “A inovação que promove as cidades”;
Que “O Tomi tem todas as respostas”;
Que o tomi é “City’s best friend”.

E já não é?

Inserido na grande ideia de tornar Viseu o ex-libris das “smart cities”, o tomi era mais uma prova da modernidade, do avant-gardisme, do pioneirismo proclamado pelo autarca local, António Almeida Henriques.

Por tudo isso, mal se compreende que, de súbito, tenham de tal forma caído localmente em desgraça que foram literalmente extirpados dos seus suportes base.

Cremos que só duas entidades tinham legitimidade para o fazer: a Câmara Municipal de Viseu e a firma do empresário local, José Agostinho, mãe da ideia e senhora da patente/conceito.

Qual foi?

Outra questão é: Porque foram arrancados?

Terá sido mero vandalismo? Será que havia um contrato que expirou e não foi renovado? Se sim, porquê? Será que a Comissão Nacional de Proteção de Dados decidiu, de uma vez por todas, travar a captação de imagens na via pública. E aqui, há coimas a pagar? Por quem? Ou terá havido ainda outro qualquer motivo que não foi divulgado aos viseenses? Qual?

De qualquer forma, uma certeza fica: mais uma inconsequência deste executivo, para quem, num dia tudo é bestial e no outro não passa de besta, na ausência total de uma política firmada na coerência e apenas assente no mero protagonismo mediático do edil, quando deveria ser centrada nas mais-valias proporcionadas aos munícipes e utentes, em geral.

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