Ontem eram 8, hoje são 10. E amanhã?

O escrutínio objectivamente focado na selecção desta gente evitaria muito desaire. Mas isso é chover no molhado. Talvez agora fosse altura certa para olhar para a TAP, epicentro do furacão, de outra forma e fazer uma profunda auditoria a todos os seus actos, passando, depois, por um “Au revoir” a quem a chefia com tanta eventual ligeireza. A ligeireza que permite tudo quanto está à vista.

Tópico(s) Artigo

  • 12:47 | Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2022
  • Ler em 2 minutos

O sE das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, o tal que “não viu incompatibilidades” no acordo de saída da TAP de Alexandra Reis, uma autêntica miss tsunami, decidiu “face às circunstâncias, apresentar a sua demissão”, por este incidente de aberrante miopia política. Demorou demasiado tempo…

 


 

De seguida, o ministro Pedro Nuno Santos assumiu as consequências políticas e demitiu-se também. Um peso-pesado a ir ao tapete…

 

 

E contudo, nesta história da ex-sE Reis ainda deixa muito por contar e muito por ser falado e esclarecido. Provavelmente, será a ponta do iceberg do muito que se passa nestas entidades pública ou público-privadas onde têm assento, menos por mérito pessoal do que por “amiguismo”, muitos maratonistas da política nacional. Esses, que na hora da verdade, aparentemente insignificantes, fazem tremer toda uma estrutura governamental.

Motivo mais do que suficiente para serem passados a “pente fino”, antes de irem inquinar as águas que, no fundo e de facto, todos bebemos.

Um caso desta dimensão deixa à vista de todos a fragilidade, a desatenção, a cupidez, o oportunismo, a desenvoltura desta gentinha a lidar com dinheiros públicos, de empresas públicas em situação económica difícil, a receberem recorrentes injeções de milhares de milhões de todos os contribuintes.

O escrutínio objectivamente focado na selecção desta gente evitaria muito desaire. Mas isso é chover no molhado. Talvez agora fosse altura certa para olhar para a TAP, epicentro do furacão, de outra forma e fazer uma profunda auditoria a todos os seus actos, passando, depois, por um “Au revoir” a quem a chefia com tanta eventual ligeireza. A ligeireza que permite tudo quanto está à vista.

Joana Amaral Dias, a comentadora televisiva de política, no papel de vox populi, deixou numa rede social um post arrasador acerca de Alexandra Reis, que aqui se transcreve parcialmente, com a devida vénia:

“Alexandra Reis, devolve-me o meu dinheiro. Tem uma pinga de vergonha na cara – Dá-nos de volta o que nos tiraste sem gota de moral ou consciência. Disseste que devolverias se fosse ilegal (sinal de que ética é coisa cujo saldo tens a zero) – mas isso só reforça o quão delinquencial é o teu comportamento- se fosse ilegal não tinhas escolha de restituir ou não, percebes? Era caso de polícia. Agora, tanto quanto se sabe, é caso de política e já não é pouco.” (…) “Devolve-nos o dinheiro. Vá, depressinha. E põe-te na rua. Andor. Demite-te e desaparece. Pessoas como tu fazem tanta falta como a fome.”

Pois, de facto, hoje, no governo de António Costa muitos pensarão que Alexandra Reis faz “tanta falta como a fome”. Mas, provavelmente, devê-lo-iam ter pensado antes e, de forma atempada teriam evitado este obsceno escândalo.

 

(Fotos DR)

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial