Jesus e Adão, autarcas de Tondela, na mira da lei

Se o julgamento fosse antes das eleições autárquicas de 26 de Setembro e não a 6 de Outubro, talvez o resultado eleitoral que deu a vitória ao PSD encabeçado por José António Jesus por escassos 244 votos fosse outro -- 7.088 contra os 6.844 do seu opositor Francisco Coutinho.

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  • 9:32 | Quinta-feira, 07 de Outubro de 2021
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Conjecturalmente e se fôssemos dados a “maus pensamentos” – o que não é o caso – seríamos levados a crer que há arguidos com sorte na data dos julgamentos, ou até, como no caso do Rendeiro do BPP, segundo o comentador Marques Mande, um “patife”, alvos de inesperadas indiligências temporais a abrir portas à fuga.

Neste último caso, ontem, uma nota do Conselho Superior da Magistratura informou …

“O CSM não tem competência para sindicar decisões judiciais. Contudo, considerando as várias notícias veiculadas nos últimos dias pela comunicação social e algumas declarações prestadas em vários canais televisivos todas relacionadas com os processos em que é arguido João Rendeiro, o presidente do Conselho Superior da Magistratura determinou a abertura de um processo de averiguações para efeitos de apuramento de eventual responsabilidade disciplinar”.


Estranha nota em que o CSM parece aceitar ter “aberto o processo de averiguações” em função do bruáá mediático.

Ontem, no Tribunal de Viseu, no decurso do julgamento do presidente e do vereador da autarquia tondelense, José António Jesus e Pedro Adão, pelos crimes de peculato e falsificação de documentos, o MP pediu pena de prisão não superior a cinco anos, mas suspensa para ambos, devendo o acórdão ser lido a 22 de Outubro.

Não se estranhando que entre as testemunhas abonatórias se encontrasse Leitão Amaro, homem da terra e “compagnon de route“, inusitado é estar também Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial do governo socialista de António Costa.

Se o julgamento fosse antes das eleições autárquicas de 26 de Setembro e não a 6 de Outubro, talvez o resultado eleitoral que deu a vitória ao PSD encabeçado por José António Jesus por escassos 244 votos fosse outro — 7.088 contra os 6.844 do seu opositor Francisco Coutinho.

Mas… se a minha avó não morresse ainda hoje era viva.

Assim, Jesus e Adão bem se podem congratular com a bondade de Cronos.

 

(Foto RD)

 

 

 

 

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