Este tipo tem cá uma lata…

  O meu colega cronista, António Almeida Henriques, sabe-a toda, em termos de lata e labieta. Por isso, no último “Terras do Demo” do CM (Aquilino, perdoe-lhe!), para falar do festival de folclore que traz a Viseu, para lhe dar grandeza, para justificar o dito e para dar um ar (frouxo) de preocupado com as […]

  • 13:34 | Terça-feira, 24 de Julho de 2018
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O meu colega cronista, António Almeida Henriques, sabe-a toda, em termos de lata e labieta.

Por isso, no último “Terras do Demo” do CM (Aquilino, perdoe-lhe!), para falar do festival de folclore que traz a Viseu, para lhe dar grandeza, para justificar o dito e para dar um ar (frouxo) de preocupado com as raízes populares do povo que ele tão bem encarna, começa num belo título “Reencontro”, e, quando quase pensávamos ir ler um folhetim indiano de pai perdido e filha desaparecida, percebemos que esse (re)encontro – isso mesmo com prefixo de repetição – que ele nos dá, com bondade, generosidade, elevação, é com as nossas esquecidas raízes ou torgas mais profundas.
Mas começa melhor: “o País recebe o maior, o mais importante e simultaneamente o mais antigo evento de folclore da Europa”. Ou seja, de uma penachada, Viseu torna-se Portugal, e, a antiguidade central do velho continente, no âmbito etnográfico de toda a Europa que Almeida Henriques trata por tu, vem, pelas suas generosas mãos à capital de Portugal – Viseu, claro está!
Entretanto, segundo o presidente da Concelhia do CDS/PP, aqui, no RD, o evento mais a Volta a Portugal em 2 rodas custam um milhão de euros. Ora, isso é nada para o imenso retorno que trará à cidade. Para já, andam equipas de limpeza triplicadas e afanosas a polir o lustro das calçadas. Já não é mau para a lixeira que se via por aí. Depois, todo o país e toda a Europa, verão que Viseu é uma cidade para visitar oficialmente, em 2018 e 2019, como o foi já em 2017. Muito movimento, muita agitação, muita rua cheia, muito comércio a vibrar e a indústria hoteleira a abarrotar.
E os restantes 99.500 viseenses? Que retorno terão?
Depois, para dar uso à habitual lamecha, entoa o Hino da Lamúria… mas há um desfavor… “o preconceito suburbano contra o folclore”. Xiiiiiiiiii! O homem excedeu-se. Alguém sabe o que isto quer dizer? Mas o que importa é ele não o ter, e salvífico, ao lado do Povo que ama, vira costas às  elites “que vivem de costas voltadas para a cultura popular e tradicional”. Quais elites? E tal trata-se segundo o plumitivo de “um divórcio empobrecedor”, que ele, o populista/popular representante do Povo vai ultrapassar, esse tal  “desconhecimento e o preconceito, alimentado pela ausência de uma educação cultural”.
Um poeta, este edil, um timoneiro das massas, um Mao Tsé Tung do Rossio, sempre a dar tanga às massas elitistas de Viseu.
Se este tipo não existisse tinha que se inventar um parecido… ali em Molelos, que o Jesus havia de gostar…


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Publicado em Editorial