Director do ACES Dão Lafões vem “pôr em causa a prestação de cuidados de saúde à população”

    O Governo em funções tem usado uma bizarra dualidade de critérios que vai do 8 ao 80, ao manter em cargos de confiança política certos nomeados, como é o caso da Saúde, e noutros, como é o caso da Administração Interna, substituindo todos os coordenadores da ANPC, distrito a distrito. E estes são […]

  • 13:06 | Quinta-feira, 20 de Julho de 2017
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O Governo em funções tem usado uma bizarra dualidade de critérios que vai do 8 ao 80, ao manter em cargos de confiança política certos nomeados, como é o caso da Saúde, e noutros, como é o caso da Administração Interna, substituindo todos os coordenadores da ANPC, distrito a distrito.
E estes são somente dois meros e elucidativos exemplos. Lá saberão o que fazem…
Também o PCP em Viseu e a candidata à CMV, Filomena Pires, sabem muito bem o que fazem e, mantendo-se atentíssimos a todos os problemas que afectam e lesam a população, vêm agora denunciar um despacho do director executivo do ACES Dão Lafões, Luís Soveral Botelho – uma ainda persistente nomeação do Governo anterior por indicação do PSD local – o qual, a escassos dias de deixar as funções exercidas e quando já viu algumas das suas competências funcionais serem-lhe retiradas em DR 89/2017, Série II, de 2017/05/09, deliberação nº 363, vem, segundo o PCP “pôr em causa a prestação de cuidados de saúde à população”.
Isto, pelo despacho nº 22/DE/2017 e no que concerne ao transporte para cuidados domiciliários, de pessoal de enfermagem e médicos. Nesse despacho pode ainda ler-se a urgência do acto na simples frase: “imediata suspensão dos domicílios preventivos”.
Esta decisão, provavelmente estribada na ARS Centro onde ainda pontifica José Azenha Tereso, também nomeado pelo anterior Governo, tem, segundo a fonte supra, “critérios economicistas e contrários aos interesses da população”, a qual mais alega que “estas incompreensíveis orientações são sustentadas no facto de a verba orçamentada” (..) segundo o teor do despacho “se esgotar no final do corrente mês”.
Coincidência ou não, é “esgotar-se” com a saída de funções do dito director executivo; grave, decerto, é pôr em causa uma política ambulatória que, e se tem custos por um lado, minimiza-os e muito em cuidados hospitalares e de centros de saúde, onde os enfermos – idosos, acamados e outros – não têm possibilidade de se deslocar, senão através do INEM e outros serviços afins.
Além disso, quanto vale uma vida e a preservação/manutenção da saúde de um ser humano?
São estas as directrizes emanadas do Ministério da Saúde? Se são, que as assumam com toda a frontalidade. Se é um acto local desastroso e intempestivo baseado em “números” e “politiquice rasteira”, que se reverta de imediato e dele se tirem celeremente todas as consequências subjacentes.
Segundo a mesma fonte, estas “directrizes atentam contra a prestação de cuidados de saúde à população servida pelas unidades que integram este ACES”.
Pôr fim às visitas domiciliárias preventivas, numa profilaxia atempada que não só beneficia a saúde do utente, como também evita cuidados posteriores muita vezes irreversível e fatalmente lesivos para o enfermo e mais onerosos para o erário, evidencia uma visão tacanha, redutora, lastimável, de duvidosa competência e clara prepotência, de um indivíduo que, a escassos dias de cessar funções, parece querer deixar de herança problemas acrescidos, não só à população, como também ao seu sucessor no cargo, revertendo a “antipatia social” do acto para o Governo em funções e, a dois meses das autárquicas, para os candidatos do PS, do PCP e do BE, num claro benefício do PSD e do CDS-PP. Será este o caso? Recusamos acreditar, pois seria mau de mais…
Este ónus caído sobre os utentes do SNS , se revela um laxismo político-social do Governo, é, não o esqueçamos, oriundo de um director que, e provavelmente, há muito deveria ter sido afastado das suas funções, por “inabilidade” executiva e política para o seu desempenho.

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