Combustíveis… alguém anda a brincar com o fogo

“O atual aumento é devido essencialmente à incorporação da componente de biocombustível (sob a forma de taxa) e sobretudo da enorme carga fiscal que ronda atualmente os 60%.”

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  • 21:26 | Domingo, 11 de Julho de 2021
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Enquanto o “pagode” anda embevecido com as engenharias financeiras do Sr. Vieira e com as consequências que a sua detenção pode ter para o Benfica e para os portugueses em geral, os combustíveis sobem, sobem, sobem, sobem, sobem, sobem… isso mesmo, seis inexplicáveis subidas nos últimos tempos.

Claro que o povo preocupado com o futebol, esse ópio trágico que já foi um desporto digno e nobre, alheia-se do saque diário que lhe é feito pelas grandes refinarias e pelo governo, enquanto directo usufrutuário de mais de 60% de impostos por litro.

A APETRO, Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas * refere na sua página que “O atual aumento é devido essencialmente à incorporação da componente de biocombustível (sob a forma de taxa) e sobretudo da enorme carga fiscal que ronda atualmente os 60%.”
O que quererá isto dizer? Afinal o que é o biocombustível que todos os portugueses estão a pagar? Numa rápida consulta, apurámos:
“Biocombustíveis são fontes de energia renováveis, derivados de matérias agrícolas como plantas oleaginosas, biomassa florestal, cana-de-açúcar e outras matérias orgânicas. Existem vários tipos de biocombustíveis: bioetanol, biodiesel, biogás, biomassa, biometanol, bioéter dimetílico, bio-ETBE, bio-MTBE, biocombustíveis sintéticos (ver: Combustível sintético e Etanol de carvão), bio-hidrogénio, gás de síntese.
Os principais biocombustíveis são: a biomassa, o bioetanol, o biodiesel e o biogás.”


A dúvida que se nos coloca, entre outras: Todos os portugueses pagam a biomassa, por exemplo? Pelo menos e pelos vistos, todos aqueles que metem gasolina ou gasóleo nos seus veículos. E de que forma a consomem? Ou não consomem?

Entretanto há uma ENSE, que é a Entidade Nacional para o Sector Energético, E.P.E., “responsável pela constituição, gestão e manutenção da das reservas estratégicas nacionais de petróleo e produtos petrolíferos, assumindo a qualidade de Entidade Central de Armazenagem. A ENSE é, ainda, a entidade competente de fiscalização e supervisão de todas as áreas do setor energético.”

“A ENSE, EPE tem como missão assegurar a correta gestão e manutenção das reservas estratégicas e de emergência do Estado Português, garantindo, ademais, a fiscalização de todo o setor energético nacional.”

É esta a entidade responsável pela subida dos combustíveis? Ou pelo menos com elas anuente? Porquê esta complacência e/ou cumplicidade com todas estas subidas? 30% no último ano…

O governo, eventual cúmplice de todas estas subidas de preço e delas o maioritário beneficiário, decerto já pensou que esta louca espiral de aumentos, a breve trecho se vai reflectir em todos os sectores económicos do país.

Os combustíveis sobem, de seguida sobe tudo, desde o pão aos carapaus que vai comprar à lota ou a “bica” que toma pela manhã. Ou não?

É tempo, mais que tempo, dos portugueses deixarem de se “drogar” com a bola e com os escândalos dos devedores à banca. É tempo de reflectirem, de pensarem (quando se habituarem encontrarão surpresas…) que isto de termos os combustíveis a preços que nos colocam no top 5 dos mais caros da Europa e termos salários terceiro-mundistas é uma equação perigosa. Inflamável mesmo, diríamos…

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Publicado em Editorial