Almeida Henriques: olha para o que eu “escrevo” não olhes para o que eu faço…

  Bem parece ser este o lema do autarca viseense que insiste em fazer de contas que somos todos parvos e ele, o sumo pontífice da “engenhosa sapiência”. Estilos… E vai daí, naqueles seus saborosíssimos nacos de prosa publicados no seu apreciado quotidiano CM, brinda-nos com as suas confusões entre o real e o virtual, […]

  • 10:12 | Quarta-feira, 17 de Maio de 2017
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Bem parece ser este o lema do autarca viseense que insiste em fazer de contas que somos todos parvos e ele, o sumo pontífice da “engenhosa sapiência”. Estilos…
E vai daí, naqueles seus saborosíssimos nacos de prosa publicados no seu apreciado quotidiano CM, brinda-nos com as suas confusões entre o real e o virtual, entre um país que progride em velocidade de cruzeiro e uma câmara – a de Viseu – que regride a cada dia que passa, fruto da mais desastrada gestão autárquica dos últimos 30 anos.
A começar pelo título da croniqueta, “Nas Nuvens”, que se remata com o sub-título “Há um lado indesejável neste País convertido em telenovela cor-de-rosa”, que melhor frase o caracterizaria e à sua gestão municipal?
Efectivamente e ao que parece, sabe do que fala, pois nas nuvens parece andar o executivo camarário que comandita, organizando quase diariamente festas com “bolos para enganar os tolos”, numa telenovela cor-de-rosa que só serve para nos desviar a atenção do marasmo real de Viseu, em termos de obra, cumprimento de promessas eleitorais, respeito pelos munícipes e, aí sim, mais que tudo, um culto a Dionísio exacerbado, em festas, festins, festarolas, arraiais e outros que “tais”. Sem falar nas argoladas de co-organizações como a Volta do Dão, o Fujifilm Festival Internacional de Viseu, etc.
Será o tal “lado indesejável e perverso” que assentou arraiais em Viseu e que ele, de vista curta para o Rossio, alcança longe, lá para a foz do Tejo. E de facto, esta epifania continuada da tal “telenovela cor-de-rosa: é ele o de um certo esquecimento ou alienação do que podemos, devemos e temos de fazer. Este otimismo coletivo não pode servir de desculpa ou álibi para não empreender as reformas que estão adiadas…”, lavra ele, pessimista, o cronista das ex-Terras do Demo, a fazer da sua presciente endogenia uma exogenia descarada.
O esquecimento e a alienação do que devia fazer são o seu auto-retrato; o optimismo colectivo como álibi para não concretizar é o seu cosmético modo de agir, deste autarca que vai fazer — no futuro —  mas não faz — no presente, e no entrementes, põe o discjokey a servir pimbalhadas em quantidades maciças para nos distrair da realidade encalhada, em ponto morto, de uma cidade que teve o infortúnio de lhe cair nas mãos.
E como não vê o orgalho no próprio olho, mais fácil vê – com muita dificuldade em engolir o que este Governo vai fazendo e o seu Governo não fez – o orgalho nos olhos dos outros, usando desta retórica vulgar, ambígua, despropositada, “tralharouca”… uma espécie de prestidigitação/ilusionismo que bem serve, desde tempos imemoriais para dar razão ao aforismo popular: “Ó filha, chama-lhe p…, antes que ela te chame a ti!”
Ou se quiserem, o Apocalipse mora ao lado…

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