Almeida Henriques leva a água ao seu moinho

      Almeida Henriques viu aprovada em reunião do executivo camarário a pretensão de criar uma empresa/sociedade intermunicipal congregadora de oito municípios para exploração/concessão das Águas de Viseu, deste modo ganhando a escala necessária, em número de habitantes e área territorial, para se poder candidatar a vultuosos fundos comunitários. É louvável a “bondade” do […]

  • 12:58 | Sábado, 09 de Setembro de 2017
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Almeida Henriques viu aprovada em reunião do executivo camarário a pretensão de criar uma empresa/sociedade intermunicipal congregadora de oito municípios para exploração/concessão das Águas de Viseu, deste modo ganhando a escala necessária, em número de habitantes e área territorial, para se poder candidatar a vultuosos fundos comunitários.
É louvável a “bondade” do princípio e intenção do projecto. Porém, urge saber qual é a estrutura societária da “empresa” a criar até ao fim do mês e quem vai ser a sua administração, excelentemente remunerada, e durante quantos anos vai exercer o seu mandato e em que moldes.
Os municípios integradores deste projecto são oito. Três estão nas mãos do PSD: Viseu, Sátão e Vouzela e cinco estão nas do PS: Mangualde, Penalva do Castelo, Nelas, São Pedro do Sul e Vila Nova de Paiva.
Se Almeida Henriques preside ao município com maior dimensão demográfica destes oito, certo é que não tem a maior área geográfica, nem também a maioria partidária, sendo assim certo que precisa dos outros sete municípios como do pão para a boca para exequibilizar este desiderato.
Ademais, sabendo-se do cognome conquistado de “autarca eucalipto” e da sua crónica vontade em tirar dos concelhos vizinhos iniciativas próprias para lhes chamar suas, provável é pensarmos que ali não há lura de onde saia láparo, nem mão estendida para dar o que quer que seja aos autarcas vizinhos, eventualmente sendo antes o oposto a verdade das intenções. Além do mais, e por plurais promessas que faça e juras a pés juntos de que em seu mandato não serão privatizadas as águas que todos consumimos – como as Águas do Planalto com as terríveis consequências daí advenientes – o autarca viseense não irá descurar a ideia tão acalentada e reprovada de “levar as águas a seu moinho”, no concelho de Viseu. E tal é fácil… aliena 49% a privados e, depois, mais tarde, por entre os pingos da chuva, sem se molhar, aliena de “fininho” os restantes 2%.
Os autarcas dos outros sete municípios que não se cuidem na redacção da futura estrutura societária, que lhe deixem nas mãos o poder de administrar a nova empresa intermunicipal e, não tarda, por mais pancadas no peito que dêem e actos de contrição que rezem… estão “feitos ao bife”!
 
(cartoon DR, de Zé Oliveira; foto PN)

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Publicado em Editorial