A crescente agressividade de Almeida Henriques

Ultimamente o carácter aguerrido, conflituoso até e eventualmente quezilento de Almeida Henriques tem vindo a manifestar-se em ocasiões várias, mostrando aparentemente um autarca “à beira de um ataque de nervos”, impaciente, nervoso, irritadiço e pouco tolerante com a oposição, com críticas salutares, obstáculos que não consegue debelar, etc. Com mais de seis anos de mandato […]

  • 11:46 | Quinta-feira, 27 de Junho de 2019
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Ultimamente o carácter aguerrido, conflituoso até e eventualmente quezilento de Almeida Henriques tem vindo a manifestar-se em ocasiões várias, mostrando aparentemente um autarca “à beira de um ataque de nervos”, impaciente, nervoso, irritadiço e pouco tolerante com a oposição, com críticas salutares, obstáculos que não consegue debelar, etc.

Com mais de seis anos de mandato concluídos e grandes projectos no seu programa eleitoral incumpridos, é natural que, e face ao escoamento do tempo, se sinta pressionado, desanimado e até irado ou zangado com a realidade envolvente, mais próxima do total fracasso que do ancho êxito.

A Assembleia Municipal, que mais não fosse, é disso uma inequívoca e constrangedora prova, onde surgem e por mero exemplo, várias queixas dessa conflitualidade/agressividade por parte da eleita da CDU, Filomena Pires. Desta feita, Almeida Henriques terá ido mesmo ao extremo de ameaçar o deputado municipal Gonçalo Ginestal, do PS, com um processo crime por alegada difamação, garantindo a sua consumação.


Também nas reuniões do executivo municipal, foram muitas as vezes em que os vereadores da oposição se queixaram dessa latente conflitualidade.

As “ameaças” inconsequentes feitas ao governo são outra das facetas que caracterizam o seu “élan” autárquico. Ora é com o IP3 ora é com a ameaça de buldozeres para terrenos da Segurança Social, ora é com aquilo que possa considerar “de má fé do Governo”, uma espécie de “cabala esotérica“, estilo conjura, para obviar ao seu espírito empreendedor (o espírito, claro…).

Propõe-se mesmo “violar a lei” (supomos que de formação é jurista, o que agrava a intenção e o acto), não deixando de fora a acusação de os deputados socialistas “se calhar” estarem a interferir para prejudicar iniciativas deste executivo, mormente a obra em causa, que é a requalificação do bairro de São José.

E citamos…

“Vou hoje dar aqui um prazo ao Governo. Se até ao dia 15 de julho não for feita a escritura arranquem as buldózeres para o terreno e deitem o muro abaixo e entrem pelos terrenos da unidade de saúde familiar na parte que nós queremos comprar e que o Governo não nos deixa comprar. E o Governo depois que embargue a obra, se quiser“.

E mais acrescenta “Tem andado ali de bolandas em bolandas, do Tesouro para a Segurança Social, entrou a nova responsável da Segurança Social, estamos também à espera, aliás, quero aqui afirmar-vos solenemente: a minha paciência esgotou, porque acho que o Governo já faz isto de má fé.”

Num cargo público, atitudes deste teor, descompõem a imagem do “praticante/postulante“, que deve saber ser autarca tanto nas adversidades como nas facilidades, deve respeitar o confronto democrático de ideias e de opiniões e até, como em muitos municípios, estimular o debate crítico  e com ele se comprazer, como inequívoca prova de vitalidade e convivial dinâmica democrática.

A não ser assim, conjecturalmente, com tanto “berreiro e ameaça”, arrisca-se a ficar afónico e deixar a pairar a ideia de “excesso de mimo”, “birras em demasia”, muito insucesso e, mais gravemente ainda, descontrolo e consequente perda total de razão…

Paulo Neto

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