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Paulo Neto
Dando resposta ao título, pelos vistos, sim. Aliás, só pode.
O recém-saído Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses alerta para o aumento global de despesas municipais nacionais com pessoal, em 2021, sendo da ordem dos 7,9%.
Dos 308 municípios 13 apresentaram um aumento desta despesa com pessoal muito acima da média nacional. Um deles é o de Viseu com +38,5% e só ultrapassado pelo de Leiria. Este aumento de quase 40% cifra-se num valor de + 6 milhões de euros/ano.
Daqui e conjecturalmente, podemos tirar a ilação de que os funcionários do município terão recebido avultados aumentos salariais. A não ser assim, alguma coisa de estranho se passará e que pode muito bem ter a ver com novas contratações para alargar a eficácia funcional da autarquia.
A confirmar-se, apesar de não se vislumbrar o resultado dessa benévola hipótese, deveremos ter esperança de que tal alargamento de quadros vá reverter positivamente em benefícios dos munícipes. Porém, Viseu não se encontra sequer na lista dos 100 municípios com melhores desempenhos, o que é estranhíssimo, pois com tal crescimento de RH, seria previsível estar, no mínimo, no Top 10.
Ademais, sabendo que Fernando Ruas não aceitou a delegação de competências nas áreas da Saúde e do sector Social, tendo apenas recebido delegação de competências na área da Educação. O que não bastará para justificar os ditos + 6 milhões…
A derradeira hipótese é a do município viseense, preocupado com a actual e elevada taxa de inflação que asfixia a economia de todos nós, no seu jeito vanguardista, profiláctico e de antecipação, tenha acautelado o bem-estar financeiro dos seus colaboradores com substanciais aumentos salariais.
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