CARTA ABERTA AOS ASSOCIADOS DO CENTRO DE ESTUDOS AQUILINO RIBEIRO E NÃO SÓ

Não tenho agora outro modo de me dirigir a vós e assim o faço. Profundamente magoado com a situação que o CEAR está a viver. De alguns parâmetros já todos informados foram pelo envio do texto de três Convocatórias para Assembleias Gerais Extraordinárias, três, entre 11 de Outubro e 29 de Novembro e pelo envio […]

  • 11:58 | Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2013
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Não tenho agora outro modo de me dirigir a vós e assim o faço. Profundamente magoado com a situação que o CEAR está a viver. De alguns parâmetros já todos informados foram pelo envio do texto de três Convocatórias para Assembleias Gerais Extraordinárias, três, entre 11 de Outubro e 29 de Novembro e pelo envio de um pesado documento de 16 páginas assinado pelo Sr. Presidente da Assembleia Geral e numa delas aprovado pela singular representatividade de 4 pessoas. Gostaria de dizer que todas as Assembleias foram convocadas pelo Senhor Presidente da Assembleia Geral, Dr. Fernando Paulo Baptista, apenas por sua iniciativa, e tinha o direito de o fazer, tendo sido as Convocatórias de todas elas enviadas aos Associados pelo Sr, Dr. Jerónimo Costa, elemento da Direcção do CEAR mas que nunca das mesmas deu prévio conhecimento aos outros membros da Direcção que tiveram delas conhecimento por via e-mail, como se simples Associados fossem e por isso me atrevo a designá-lo como “dissidente” da Direcção do CEAR.
Estive na 1.ª, Éramos 5. Pedi licença (“não interrompi”) para falar e saí passados minutos, dizendo educadamente “Boa Noite”, porque senti que a Assembleia era antes “Tribunal”.
Não contente com a reduzida comparência de Associados na Assembleia o Sr. Presidente convoca uma 2.ª. Desta vez estiveram 4 Associados, ainda menos que na 1.ª: ele próprio, o elemento da Direcção que designei por dissidente e mais dois associados, por sinal irmãos.
O Dr. Fernando Paulo apresenta ali o seu longo documento de 16 páginas, encimado pelos numerosos títulos de seu “Curriculum” de excelência que nós conhecemos e respeitamos. Dar-lhe-iam os títulos ali outra idoneidade?… (Mas não haverá um amigo certo, entre Viseu e Sernancelhe, que diga ao Dr. Fernando Paulo que a tal enumeração de títulos não pode chamar-se “humildade”, como ele tanto quer?!). O documento de 16 páginas é aprovado por unanimidade pelos 4 Associados. Aprovadas as mentiras e deselegâncias ditas a meu respeito!… (Não foi justo, Dr. Martin e Dr. Fernando!) E foram aprovadas 3 “Propostas”. Refiro uma delas: – Atribuição da categoria de “Sócio Honorário” ao Artista Yuraldi R. Puentes, ao Dr. Fernando Ruas, ao Prof. Doutor Henrique Almeida, ao Sr. Eng Aquilino Ribeiro Machado, ao Dr. José Manuel Coutinho (as duas últimas a título póstumo). E eu pergunto: Será que as pessoas nomeadas ou as famílias de quem foi proposta a título póstumo a nomeação para Sócio Honorário (não se discute o merecimento) se sentirão felizes com uma nomeação feita assim, por tão reduzida expressão de Associados?! Além do mais com vícios de forma: O Art.º 7.º, do Cap. II do Reg. Interno do CEAR, ao N.º 5 diz que deverá ser a Direcção a dirigir para tal efeito requerimento à Assembleia, ainda que a Direcção receba propostas de Associados.
Dia 29 de Novembro: Realização da 3.ª Assembleia. (Até parece que o Sr. Presidente da Assembleia procura um lugar no Guiness Book e talvez o tenha merecido com tanta Convocatória de Assembleias Gerais Extraordinárias em tão pouco tempo!!!)
Esta 3.ª Assembleia convocando eleições, partindo do suposto que os Corpos Sociais, a Direcção sobretudo, teriam ultrapassado o tempo do seu mandato.
Critério errado, mas as eleições fizeram-se.
Pergunto agora em primeiro lugar: Que lógica presidiu à convocação de três Assembleias Gerais Extraordinárias em tão curto espaço de tempo?… Tão diferente foi a Ordem de Trabalhos de cada uma, que não se compreendem os propósitos de tal!
Todavia uma verdade subjaz à Convocatória da 3.ª – a realização de eleições pela afirmação de que os Corpos Sociais tinham ultrapassado o seu mandato. Mas não é verdade.
Entre parênteses acrescento que por duas vezes os Corpos Sociais ultrapassaram inadvertidamente o tempo regulamentar do seu mandato (vejam-se as actas): uma vez em mais de 12 meses, de outra vez ultrapassaram-no em pelo menos sete meses. Nesses anos não foi pedida prorrogação excepcional do mandato. E não veio mal ao CEAR nem aos seus projectos em favor de Aquilino por tal quebra de regra.
Pois desta vez, em Março, aquando da realização da Assembleia Geral Ordinária, presidida pelo Vice-Presidente da Assembleia Geral do CEAR, Dr. Luís Fernandes, (ausente no Brasil o Presidente Dr. Fernando Paulo), dada a urgência de levar a efeito o projecto da Estátua a Aquilino Ribeiro, dada a morte recente de Mestre Joaquim Correia, o escultor que o Sr. Eng. Aquilino escolhera para fazer a estátua do Pai, foi apresentada na Assembleia Geral uma proposta no sentido de prorrogar o mandato dos Corpos Sociais até 31 de Dezembro de 2013 por essa específica razão. A proposta foi aprovada por unanimidade e não foi jamais contestada. Só o fez, em Novembro, já fora de tempo e na 3.ª Convocatória referida, o Sr. Dr. Fernando Paulo por seu livre arbítrio. Porquê?!…Porquê?!… Eterna pergunta!…
Eleições realizadas. Que validade terão as mesmas? Pelo menos quanto ao lado moral?
O Sr. Dr. Luís Fernandes, que presidiu à regular Assembleia Geral de Março, entregou no dia 29 de Novembro, data das novas eleições, a Acta da Assembleia de Março ao Sr. Presidente da Assembleia. Estava lá escrito e aprovado por unanimidade que os Corpos Sociais, a Direcção, levariam o seu mandato até 31 de Dezembro de 2013 Não se despreza um vice-presidente, nem uma Acta!… E permito-me, humildemente, interrogar alguns elementos que agora integram (para mim não) os Corpos Sociais. Refiro nomes porque nome nos deram a todos. O Sr. Doutor João Inês Vaz, que foi Governador Civil, instituição que tanto tinha a ver também com estes assuntos do Associativismo, vai sentir-se feliz a presidir a uma nova Direcção do CEAR que fora legalmente mandatada até Dezembro? (Nós perguntámos a um ilustre advogado sobre isto). Porque é que aceitou? Que mal fez esta Direcção para ser assim proscrita, neste caso também por si, ainda que sem intenção? (lembrei-me das clássicas proscrições de Sila, no Império. Lembrei-me também do PREC, de infausta memória. Mas já veio a Perestroika!). Trabalhámos (nós, Direcção) muito, gostosamente, como sempre, por uma bela causa. Eu chamei a este ano um “ano de oiro” para o CEAR. Claro que foi resultado de anos de trabalho e de muita gente. A estátua levantada (e nela pôs o Sr. Dr. Fernando Paulo o pomo da questão) é da Câmara, da cidade. O CEAR foi a “mão armada”, pode dizer-se. O Sr. Presidente da Câmara louvou o CEAR no dia 13 de Setembro. Fê-lo sentidamente. Sentimo-lo. A Família de Aquilino estava feliz nesse dia e a família de Mestre Joaquim Correia, sete pessoas que vieram honrar o acto, disseram-me no fim, por boca do Sr. Arq. João Correia, filho, que a cerimónia fora muito bela e éticos os nossos actos. Ética, a subjazer, a palavra que eu mais gostei de ouvir. Porque ali estava a verdade. Que agora intentam desfazer!…
E já agora pergunto também ao Doutor João Vaz: – será que vai sentir-se honrado ao entregar os atrás referidos Diplomas de Sócio Honorário ao Sr. Dr. Fernando Ruas, ao Doutor Henrique Almeida, Escultor, Família de Aquilino e do Dr. Coutinho?
Deixem-me agora perguntar ao mui digno magistrado Dr. Fernando Ribas de Sousa se se sente honrado em integrar estes Corpos Sociais que abusivamente foram eleitos, no meu entender. Que justiça temos?! Ao Sr. Eng. Caldas digo amavelmente – não podemos pôr uma pedra nos assuntos, sempre, meu amigo. E deixem-me perguntar ao Dr. Fernando Gouveia que em Março, na Assembleia Geral, aprovou a moção que nos mandatava até 31 de Dezembro. Porque é que agora aceitou votar contra nós? Que raio de mal fizemos?!… Nem podiam esperar até Janeiro? Já tão perto!… E deixem-me perguntar a tantos Associados chamados a integrar estes Corpos Sociais, alguns deles, eles sabem disso, mal têm acompanhado as iniciativas do CEAR, talvez se tenham esquecido das quotas, que tantas faltam nas Contas, sentem-se bem neste cargo onde quiseram ser investidos? A pergunta é muito séria. A pergunta é mesmo muito séria!…
Permito-me convidá-los, a todos, a uma reflexão. E não me levem a mal por isso.
É que tudo isto é absurdo. Absurdo, absurdo até ao limite, se assim se pode dizer. Ao Sr. Dr. Fernando Paulo Baptista, Presidente da Assembleia Geral, ao Sr. Dr. Jerónimo Costa, da Direcção do CEAR no mandato que ainda dura moralmente e da qual se dissociou, convido-os, isso sempre posso escrever, a pedir a demissão, por uns tempos, de Associados mesmo do próprio CEAR. Indigna a atitude. Voltarão mais tarde, e eu também, depois de haver uma verdadeira refundação do CEAR por um qualquer par de cavalheiros. Aquilino viverá bem sem nós os três. Aquilino há muito que está acima desta infâmia!…
Viseu, 8 de Dezembro de 2013.
Alberto Correia (que presidiu nos últimos 4 anos à Direcção do CEAR)

 


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