A um passo do meio século, o CINANIMA olha para a memória para continuar a construir futuro

Alicerçado no tema “Memória: o Futuro do Passado”, o CINANIMA propõe uma reflexão sobre a forma como o passado permanece vivo através da lembrança, e projeta o que ainda está por vir. A memória torna-se, assim, ponto de partida para revisitar histórias, identidades e emoções através do cinema de animação. 

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  • 13:29 | Domingo, 02 de Novembro de 2025
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O CINANIMA – Festival Internacional de Cinema de Animação regressa a Espinho entre os dias 7 e 16 de novembro, para a sua 49ª edição, com uma programação multidisciplinar que se distribui por vários espaços da cidade. Para além do já habitual Centro Multimeios, o festival ocupará também o Fórum de Arte e Cultura de Espinho (FACE), a Praça Progresso, a Piscina Solário Atlântico e o Doo Bop, espaços que acolherão exposições, exibições, masterclasses, simpósios e encontros.

Alicerçado no tema “Memória: o Futuro do Passado”, o CINANIMA propõe uma reflexão sobre a forma como o passado permanece vivo através da lembrança, e projeta o que ainda está por vir. A memória torna-se, assim, ponto de partida para revisitar histórias, identidades e emoções através do cinema de animação.

Entre os destaques da programação está a homenagem a António Gaio, nome maior do Festival, no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento. É ao seu legado que o CINANIMA dedica a sessão de abertura da 49ª edição, que terá lugar no dia 7 de novembro, pelas 20h30, com a inauguração de “Da 2 à 26: vida, namoro e legado de António Gaio”. A exposição conta com a curadoria de Olívia Marques da Silva, presidente da Escola Superior de Media, Artes e Design (ESMAD), instituição responsável pela produção do documentário animado que será também exibido no espaço a que emprestou o nome – Sala António Gaio – no Centro Multimeios de Espinho.

Outro dos nomes evocados em 2025 será o de Vasco Granja, rosto incontornável na divulgação do cinema de animação, através da sessão “100 anos de Vasco Granja, O Homem que nos fez sonhar”, com curadoria de Ricardo Blanco. Entre as novidades de 2025 está ainda a sessão “Palestina: Entre Céu e Terra”, composta por filmes de crianças, mulheres e autores internacionais, em homenagem ao povo palestiniano. É também o regresso do cinema imersivo ao concelho de Espinho.


Na sua 49ª edição, o CINANIMA volta a acolher o estúdio de animação ANILUPA, com a Feira do Brinquedo Ótico, uma exposição interativa e formativa centrada nos primórdios do cinema. A nova geração de talentos da animação estará em particular evidência na “First Pitching Session”, mecanismo que os aproxima da indústria, conferindo-lhes a oportunidade de apresentarem os seus trabalhos a vários profissionais do setor.

Na sua dimensão competitiva, o CINANIMA recebeu mais de 2 000 submissões provenientes de mais de 140 países, das quais foram selecionados 110 filmes para integrar as competições oficiais. A edição deste ano apresenta, ao todo, mais de 430 obras de 50 países, dando palco não só a diferentes geografias, como também a linguagens distintas. Dos 30 filmes na Competição Internacional de Curtas-metragens, destacam-se três produções portuguesas: “Cão Sozinho”, de Marta Reis Andrade; “Porque Hoje é Sábado”, de Alice Eça Guimarães e “Sequencial”, de Bruno Caetano.  

A Competição Internacional de Longas-metragens apresenta cinco filmes, e a Competição Internacional de Obras de Estudantes soma 23. A nova Competição Internacional All Aboard, com 16 filmes, é dedicada a novas linguagens e encontros entre estilos e gerações. Já a Competição Nacional, que valoriza e difunde a animação portuguesa, é composta por 8 obras candidatas ao Prémio António Gaio e por 28 filmes apresentados no Prémio Jovem Cineasta Português, em duas faixas etárias: Obras feitas por crianças e jovens, até aos 18 anos (12 filmes), e primeira obra de jovens realizadores, com mais de 18 até aos 30 anos (16 filmes).

Há outra novidade: em 2025, os prémios monetários regressam ao CINANIMA, para os vencedores das competições de Curtas, Longas, Obras de Estudantes, All Aboard e Prémio António Gaio. O objetivo é simples: apoiar financeiramente os realizadores e fomentar a produção e criatividade artística.

Com o intuito de descentralizar e promover a inclusão na Cultura, o Festival terá curtas com audiodescrição e também o Grande Panorama Internacional – Escolas, uma seleção de 55 obras levada a escolas de todo o país e CPLP, para além dos já reconhecidos programas “CINANIMA vai às Escolas” e “As Escolas vêm ao CINANIMA”, que abrangerão não só Espinho, mas também localidades vizinhas.

A Oficina Artística em animação é outra das iniciativas mais ambiciosas da edição de 2025. O projeto decorre em três fases: formação de professores, oficinas nas escolas e uma residência artística, com o intuito final de produzir um filme, que será posteriormente exibido na cerimónia de encerramento do festival.

 

O CINANIMA será ainda feito de masterclasses, simpósios, debates, retrospetivas e sessões família, iniciativas que confirmam o seu impacto na comunidade fílmica e local, bem como a latitude das suas abordagens. O Festival continua a fazer caminho, e 2026, ano em que se comemora o seu cinquentenário, promete ser histórico para Espinho, para o país e para toda a comunidade internacional que continua a olhar para o cinema de animação como forma de expressão e espelho de vida.

 

 

Programa CINANIMA 2025

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