PPC o novo Messias

E contudo, paradoxalmente, este “milagreiro” que recusou os mecanismos de apoio em prol da dita “saída limpa”, concluiu o seu mandato com uma subida da dívida pública para 132%, com uma taxa de desemprego global de 14,8% e com a saída de 134.624 portugueses que emigraram, segundo dados de 2014.

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  • 14:29 | Sábado, 18 de Outubro de 2025
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Pedro Passos Coelho, um político do passado e de controversa memória para muitos portugueses, aposentados e jovens incluídos, que andou hibernado durante quase uma década, aparece agora, intermitente como um pisca-pisca, com ar profético e sebastiânico, a mandar os seus “bitaites” de direita mais conservadora, mais próxima do Chega do que, propriamente, do partido que lhe deu notoriedade política, o PSD.

Dentro do PSD, a sua ala mais direitista, aquela que ainda não se bandeou para o lado de Ventura, ouve-o embevecido e, de cada aparição sua faz fenómeno do Entroncamento ou milagre de Ourém.

Endeusado por alguns enquanto sucessor de José Sócrates como primeiro-ministro de Portugal, este licenciado em Economia, agora professor de uma instituição de ensino privado, governou com a Troika, no XIX Governo Constitucional, de 2011 a 2015, num contexto económico muito difícil para Portugal, e pôs em prática medidas extremas, numa política em que se revelou mais papista que o Papa, de arrogância, de prepotência, com adopção de medidas extremas, privatizações que serviram o grande capital, como a da ANA, Aeroportos de Portugal, comprada pelo grupo francês Vinci, a EDP vendida aos chineses; a TAP à Atlantic Gateway; a REN e a Caixa Segura aos chineses; a CTT, a EGF, etc. As joias da coroa…

No SNS não devemos esquecer o seu ministro Paulo Macedo, que muitos apodaram de “coveiro da Saúde” pelos despedimentos e restrições feitas, das quais ainda agora se paga a factura…


Do dinheiro extorquido aos aposentados ainda hoje há memória bem viva, com a apodada contribuição extraordinária de solidariedade (CES) que afectou mais de 300 mil pensionistas, assim como os cortes de subsídios de férias e de Natal, ou a redução dos dias de férias, um direito laboral pelo qual muitos lutaram, ou a eliminação de feriados há muito consignados no calendário português, ou a diminuição da retribuição paga pelas horas extraordinárias aos funcionários públicos assim como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais, ou os cortes salariais de 11% na função pública.

Foi no seu governo que aumentou o desemprego, que se impuseram cortes no subsídio de desemprego, no RSI, nos subsídios de maternidade, etc.

É desta fase o seu “aconselhamento” aos professores que ele considerava excedentário (hoje pagamos essa política com a falta deles) de “abandonarem a sua zona de conforto e procurarem emprego noutro sítio. Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino secundário e secundário.”

É com o seu governo que o desemprego jovem se manteve superior a 25%, tornando Coelho no “pai da precariedade”. Os mesmos jovens que ele mandava e incentivava a emigrar e que, seguindo o seu demagógico conselho e a sua falta de visão futura privaram o país do seu mais importante capital humano e profissional.

Em 2011, em Portugal, a taxa de desemprego de 29% entre os jovens com qualificação universitária era a terceira mais elevada na Zona Euro.

E contudo, paradoxalmente, este “milagreiro” que recusou os mecanismos de apoio em prol da dita “saída limpa”, concluiu o seu mandato com uma subida da dívida pública para 132%, com uma taxa de desemprego global de 14,8% e com a saída de 134.624 portugueses que emigraram, segundo dados de 2014.

Não é despiciendo lembrar ainda que este farol austeritário, este paladino da Pátria e da Família, esteve envolvido no polémico processo da Tecnofoma…

Pode ler aqui alguns pormenores e se pesquisar muito mais encontrará… https://www.dn.pt/arquivo/diario-de-noticias/bruxelas-diz-que-houve-fraude-na-empresa-de-passos-coelho-8912579.html

Ou aqui https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/patrao-de-passos-na-tecnoforma-o-pedro-e-que-abria-as-portas-todas

Ou aqui https://leitor.expresso.pt/diario/23-09-2014/html/caderno-1/temas-principais/03_TP-TEcnoforma.

(…)

A memória lusitana é curta e a capacidade de endeusamento é grande. Também o despudor deste Messias é proporcional à política de “terra queimada” que gerou com as suas políticas e com os seus discípulos, como por exemplo:

Paulo Portas, Paulo Núncio, Hélder Rosalino, Maria Luís Albuquerque, Vítor Gaspar, Rui Machete, Aguiar-Branco, Miguel Relvas, António Pires de Lima, Assunção Cristas, Paulo Macedo, Mota Soares, Carlos Moedas, João Almeida, Leitão Amaro, etc.

 

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