Em 2022 o CDS-PP foi salvo da extinção pela caridosa mão estendida de Luís Montenegro. Criou-se a nova AD e com ela a sobrevivência de um partido que já nem do “táxi” era, como ficou conhecido em 1987, com Adriano Moreira.
Com este novo élan, passaram a congregar, de novo, simbolicamente, uma meia lotação para tal transporte.
Melo e Telmo no governo, Núncio e Almeida como deputados, tornaram-se assim num quadrunvirato muleta do PSD, uma espécie de parente pobre, desalojado de seus bens, a quem o parente rico concedeu o óbolo da existência.
Ultraconservadores, na sua essência e natureza, mais próximos do Chega do que do PSD no seu cerne, vamos-lhe ouvindo as pedantices e as asnices, principalmente da boca de três deles, exceptuando o mais sensato e comedido Telmo Correia, secretário de Estado da Administração Interna.
Nuno Melo, o ministro da Defesa, volta meia volta, em aparente roda livre, não alinhado com o governo que integra, vem proferindo os seus desatinos e despropósitos como, a título de mero exemplo o da pretensão de imposição do “serviço militar obrigatório”, lesto desmentido por Montenegro.
Por seu turno, o ministro Melo, logo de seguida a este lapso comunicacional (os eufemismos são muito úteis), acerca das afirmações que proferiu sobre a Flotilha Humanitária, que, com o seu habitual tique autoritário e ultramontano apodou de “panfletária e irresponsável”, veio queixar-se, tal Calimero (este governo tem vários…), de que as suas afirmações “foram distorcidas”, que tem o direito de dizer o que pensa enquanto secretário-geral do CDS, mostrando assim que, num artificioso travestimento, à segunda-feira é secretário-geral do CDS e à terça ministro da Defesa do governo AD.