Charlie Kirk foi assassinado no dia 10 de Setembro deste ano. Qualquer pessoa bem formada e humanista repudia veementemente estes actos, que são agora recorrentes no quotidiano norte-americano.
O presumível assassino de Kirk é um jovem oriundo de uma família conservadora da classe média, Tyler Robinson que uns dias antes terá desabafado a uma colega: “Já estou farto do ódio dele.” Até ao momento, não se lhe conhecem ligações e/ou motivações políticas.
Charlie Kirk foi assassinado com um tiro de carabina, aos 31 anos, quando proferia uma palestra em Orem, Utah. Era um activista político da direita e um dos maiores defensores do movimento MAGA, o guru de Trump.
As suas posições, sempre alinhadas com as de Donald Trump, são de extremo radicalismo, nos mais variados campos. Basta uma pesquisa pela comunicação social norte-americana para nos inteirarmos da agressividade da sua incendiária retórica, frequentemente sustentada em “fakes” mais tarde desmascarados.
A questão que se coloca é esta: A que propósito a AR aprovou um voto de pesar pela sua morte, proposto pelo Chega e pelo CDS, que, compreende-se perfeitamente, alinham sem dúvidas ao lado deste cunho nacionalista cristão, ultra-conservador, radical, demagogo, populista…? E os outros votantes?
Vindo destes dois partidos, nada que nos surpreenda. Uma vez aberto o precedente, a AR irá aprovar futuros votos, sejam de influencers conservadores ou sejam de influencers democratas, norte-americanos?
Este voto de pesar figura, entre outros, uma retórica equívoca e dúbia e, mais do que isso, a admiração que os seus proponentes líderes nutrem pela controversa política de Trump, pelos seus ideais e pela sua inconstância ideológica baseada, ente outras, na xenofobia, no sectarismo, no amordaçamento das liberdades, na imposição da violência, do ódio e do terror, do estado policial e de sítio, no aniquilamento dos valores democráticos, na perseguição às minorias, et al.