“Aqui ninguém foge!” é a última bravata de Moedas

“Daqui ninguém foge!”, esse grito de general na frente da batalha em vias de ser derrotado, passa em primeira instância um atestado de cobardia ao presidente da Carris, passando em segunda instância igual atestado de poltronaria a todos os políticos que assumem a demissão em casos semelhantes, como foi o caso de Jorge Coelho com a queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001, que se auto destituiu de ministro afirmando “A culpa não pode morrer solteira!”

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  • 12:31 | Domingo, 07 de Setembro de 2025
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Carlos Moedas, é presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que é a “dona” da Carris e a entidade que em primeira e derradeira instância é a responsável pela manutenção e integridade de todas as infra estruturas de transportes que prestam serviços públicos na capital.

Carlos Moedas veio, como é de seu natural timbre, sentindo-se acossado com as responsabilidades que sobre si impendem relativamente ao trágico acidente ocorrido na Calçada da Glória, clamoroso bradar: “Aqui ninguém foge!”, a propósito do pedido de demissão apresentado pelo presidente da Carris, Pedro Bogas.

Tenta assim passar uma imagem de líder corajoso perante a adversidade, de peito às balas dado, quando, no fundo, apenas esbraceja a todo custo para minimizar os estragos na sua credibilidade provocados por este tão triste sinistro, a um mês das eleições autárquicas.


Ademais, Moedas que tanto clamou em todos os microfones que lhe eram postos à frente, pela demissão de Fernando Medina, seu antecessor, no caso da divulgação de dados de estrangeiros à embaixada russa, evidencia ter “dois pesos e duas medidas” ao agir de forma distinta e parcial em situações análogas, sem quaisquer resquícios de equidade comportamental. O que ele exige dos outros não o impõe a si próprio. Táctica de muita bizarria e baixeza política, em boa verdade…

Seguiu-se a Pedro Bogas a declaração de cabal assunção das responsabilidades por parte do vice-presidente do CDS, Anacoreta Correia, cujo pelouro inclui os transportes públicos da capital, num gesto altruísta, mais sabendo que não integra a próxima lista de Moedas para as autárquicas de Outubro.

Daqui ninguém foge!”, esse grito de general na frente da batalha em vias de ser derrotado, passa em primeira instância um atestado de cobardia ao presidente da Carris, passando em segunda instância igual atestado de poltronaria a todos os políticos que assumem a demissão em casos semelhantes, como foi o caso de Jorge Coelho com a queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001, que se auto destituiu de ministro afirmando “A culpa não pode morrer solteira!

Pelos vistos, para Moedas, até ver, a culpa morrerá solteira…

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