Vamos embora

No respeitante aos incêndios, esta ministra é uma nódoa, um mono, não sabe do que fala, nem sabe o que diz. Fala, quando devia estar calada, fica em silêncio, quando se esperava o contrário. Não tem energia, é impreparada. Transmite insegurança e medo. Não tem raça. Já se viu que não dá, a aposta está esgotada e perdida.

  • 15:40 | Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025
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A senhora pode ser uma brilhante académica, uma virtuosa jurista, uma cidadã exemplar, uma pessoa esforçada. Até bem- intencionada. Talvez. Mas na gestão política dos incêndios está a ser um desastre.

A sua nomeação para a pasta só pode ter sido por acidente. Ou por falta de comparência de terceiros, que, elevados à condição de sumidades, enjoam com as turbulências, e reservam a sua presença para tempos mais acalmadiços.

A afirmação parva sobre os meios aéreos – “o número de meios aéreos é irrelevante” – tornou-se ainda mais ridícula, quando o comandante nacional logo a veio corrigir, referindo a complementaridade daquelas ferramentas de trabalho com os meios terrestres.


A comunicação da ministra, feita ao país, mostrou a desgraça que é, no exercício das funções. Durou 5 penosos minutos, bolsou banalidades – “o agravamento dos ventos” e “o fumo intenso“. Sobre o SIRESP, nem uma letra, uma sílaba, uma palavra.

O país, nesta fase crítica, não espera informações vulgares, carece de explicações políticas e técnicas. Não aceitar perguntas dos jornalistas, e acabar com um ” Vamos embora” é patético, ao nível de um teatro de fantoches, vadio e ambulante. Só pode significar que não tem respostas para dar, e não ter respostas significa que nada aprendeu, e não sabe o que está a fazer. Não é esclarecida. Em termos de comunicação, é um falhanço absoluto. Nervosa, hesitante, fixa-se no chão, nos papéis, não olha de frente, sempre com ânsias de fugir. É um fantasma. Não inspira confiança, não transmite tranquilidade. Percebe-se que caminha sobre vidro, com suaves medos de o quebrar.

Um “general”, quando tem as “suas tropas” em combate, não pode andar escondido, fugido, acoitado no gabinete, rodeado de imediatos, oficiais às ordens e mapas, fingindo que pensa. Não se lhe pede que se passeie nos centros de comando – uma passadeira de ilustres, como aconteceu num passado recente – porque só estorvaria, ao invés de acrescentar e melhorar. Mas exige-se-lhe voz firme e segura, inspiração e convicção. Nada disto, a senhora tem.

No respeitante aos incêndios, esta ministra é uma nódoa, um mono, não sabe do que fala, nem sabe o que diz. Fala, quando devia estar calada, fica em silêncio, quando se esperava o contrário. Não tem energia, é impreparada. Transmite insegurança e medo. Não tem raça. Já se viu que não dá, a aposta está esgotada e perdida.

Se ainda houvesse dúvidas, eis a prova de que recrutar governantes na academia nem sempre é um bom critério. Não é apenas a inteligência que faz um bom decisor. Naquela pasta, de extrema complexidade, tem de haver alguém com músculo, peso político, coragem, que não tenha medo de tomar decisões e dar a cara por elas.

A coroa em cima da desorientação esteve patente na triste comunicação ao país feita pelo secretário de Estado da Protecção Civil – um “ajudante”, oriundo dos bombeiros que, no tempo dos governos socialistas, arengava soluções para todos os problemas, e que agora era suposto dar-lhe bons conselhos, porventura, desprezados – na presença de Marcelo, de Montenegro e da ministra, mudos e desnorteados, a solidária imagem da derrota, o retrato da rendição, do baixar dos braços, da capitulação, da submissão à vontade dos destinos. Um momento pungente. Mau demais. Surreal. Cena de um filme. A gestão política e operacional tem dimensões muito exigentes, de extrema complexidade, em que decisões graves, tomadas em momentos de muita tensão, e em minutos, podem salvar vidas, ou deitar tudo a perder.

Não tenho a pretensão de esta humilde crónica chegar ao conhecimento do PM, a banhos no Algarve, sossegado, enquanto Monchique, Fóia e Silves não voltarem a arder, e o devolverem à capital. Conheço bem as minhas limitações. Mas se acontecer esse milagre de, por vias travessas, o vier a ler, deixo-lhe um conselho, já que, ao que parece, o PR não estará disponível para repetir o gesto que teve para D. Constança – outra senhora impreparada – abrindo-lhe a porta da serventia: substitua a senhora, alije-a de tamanha responsabilidade. Escuse-a do frete, e salve o país.

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Publicado em Opinião