ALZHEIMER: ALGUNS CONSELHOS

    Tive oportunidade de participar na Semana do Colaborador da Segurança Social de Viseu. Na pessoa do senhor diretor do Centro Distrital, Dr. Telmo Antunes, deixo o meu agradecimento a todas as pessoas envolvidas na iniciativa que me permitiu abordar a temática do Voluntariado no apoio às Pessoas e Famílias afetadas pela Doença de […]

  • 21:30 | Sábado, 29 de Outubro de 2016
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Tive oportunidade de participar na Semana do Colaborador da Segurança Social de Viseu.


Na pessoa do senhor diretor do Centro Distrital, Dr. Telmo Antunes, deixo o meu agradecimento a todas as pessoas envolvidas na iniciativa que me permitiu abordar a temática do Voluntariado no apoio às Pessoas e Famílias afetadas pela Doença de Alzheimer.

Acredito que estas sessões são fundamentais para combater o estigma e promover a sensibilização social, sobretudo para que se compreenda que se uma pessoa começa a perder as suas faculdades e a capacidade de realizar tarefas, tais alterações poderão não ser motivadas apenas pelo processo de envelhecimento e deve ser avaliada, um aspeto prioritário para melhorar o diagnóstico desta doença.

O exemplo mais evidente, no âmbito da nossa intervenção social, é o projeto Café Memória de Viseu. O projeto é desenvolvido na sua totalidade por voluntários que desempenham múltiplas funções, sem os quais não seria exequível.

Um exemplo a reter também, perdoe-me o leitor por ser juiz em causa própria, no que concerne à implementação de parcerias estratégicas que potenciam a densificação da rede social e a difusão de boas práticas, permitindo uma dinâmica profícua e um contexto de ganhar-ganhar que contribui para a melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Foi muito gratificante poder interagir com pessoas interessadas e motivadas que colocaram diversas questões durante a apresentação, sem quaisquer constrangimentos ou preconceitos, dando nota de problemas que afetam o próprio, enquanto familiar e / ou cuidador e o seu ente querido.

Uma das questões prendia-se com o que poderá ser feito para evitar ou atrasar o aparecimento da doença.  Um estilo de vida saudável, não sendo um selo de garantia, será certamente desejável e fortemente recomendável.

A este respeito, nenhuma dúvida, e poderá ser muito útil seguir a lista de hábitos saudáveis publicada pelo neuropsicólogo e diretor do Centro de Reabilitação Neurológica Fivan, Javier Chirivella Garrido:

1)      Cuidar do coração. As doenças de tipo cardiovascular são fatores de risco na hora de sofrer de Alzheimer. Algumas destas doenças são, como declara a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cardiopatia coronária, as doenças cerebrovasculares, as arteriopatias periféricas, a cardiopatia reumática e as cardiopatias congénitas.

2)      Deixar de fumar. As pessoas que consomem tabaco terão até 45% mais de risco de sofrer de algum tipo de demência.

3)      Praticar exercício físico. Um corpo ativo tem menos possibilidades de padecer deste tipo de doenças.

4)      Exercitar a mente. Fazer exercícios cerebrais tais como ler, palavras cruzadas, aprender línguas.

5)      Socializar. Absolutamente fundamental para manter ativo o cérebro.

6)      Proteger a cabeça. Os traumatismos cranianos, com perda de consciência, podem ser especialmente perigosos.

7)      Apostar numa alimentação equilibrada. A dieta mediterrânica é um bom exemplo. Ainda que não esteja efetivamente comprovado o benefício para a prevenção desta doença, não deixa de ser uma alimentação saudável e adequada.

Ainda que o livro não esteja disponível na língua de Camões, aproveito para fazer uma sugestão de leitura, em castelhano, o mais recente livro de Paloma Díaz-Mas: Lo que olvidamos (Anagrama, 2016).

Um livro de grande intensidade sobre a doença de Alzheimer e a Memória Coletiva. Ao mergulharmos nas páginas do livro, somos os olhos, a voz e a dor de uma filha ante o desmoronar interior da sua mãe doente de Alzheimer.

Transcrevo, em português, um parágrafo do livro:

“Déramo-nos conta de que teríamos que intervir, mas não sabíamos como.

Por onde se começa quando te dás conta de que perdeste uma pessoa de quem gostas, aquela pessoa amada continua ali, mas já não é ela.

Não morreu porque conserva o seu alento e a sua vontade, mas de alguma maneira começou a partir para um mundo diferente do que até agora partilhávamos?

Está aqui e ao mesmo tempo está ausente, extraviada num labirinto interior que se nos afigura inacessível.”

Disponível no site:

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Publicado em Opinião