Portugal, a transparência e os lóbis

Esta cáfila e as suas relações político-partidárias escavacou o país, roubou os portugueses e deu incomensuráveis fortunas a uma mão cheia de apaniguados.

  • 15:14 | Quinta-feira, 16 de Abril de 2015
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É altamente perniciosa e mal-intencionada a relação da banca com a política.

 

A banca é hoje a caixa de Pandora das mais vis usuras e das mais artificiosas negociatas de que há notícia. É um sarcoma invasivo sem escrúpulos que tem minado todas as economias dos países mais fragilizados.


Em Portugal, a supervisão bancária, nos últimos anos, com Constâncio e Costa tem sido um case study de mudez, surdez e cegueira.

Constâncio já foi premiado com a vice-presidência do BCE. Costa receberá, em breve, a sua prebenda.

Os escandalosos casos BPN, BP, BES mereciam ter mais de meia centena de criminosos nos calabouços.

Esteve lá um, poucos dias, mas deram-lhe uma pulseirinha e mandaram-no para o aconchego do lar.

Esta cáfila e as suas relações político-partidárias escavacou o país, roubou os portugueses e deu incomensuráveis fortunas a uma mão cheia de apaniguados.

A Justiça mantém-se num vociferante e tonitruante silêncio.

O poder político central, coberto com finos telhados de vidro, protege as corporações de onde é maioritariamente oriundo ou para onde irá prestar prestimosos serviços quando o úbero secar… Por seu turno, os deputados rechaçam o dever da transparência chumbando o imperioso direito da exclusividade.

Tudo se descredibiliza e a AR, por vezes, mais se assemelha a um “albergue espanhol” do que a um dos incontornáveis pilares de um Estado Democrático e de Direito.

A virose pega de estaca e a “bancaria” alapa já e também, com suas metástases no poder local. Talvez seja por isso que se começam a ver “quadros” a ocupar, estranhamente, lugares de decisão em instituições “que não são privadas” e que mexem em muitos  milhões de dinheiros públicos…

E contudo, são todas pessoas muito sérias. Ninguém tem dúvidas. Mas há que o parecer e, em caso algum, deixar um milímetro que seja de conjectural suspeição no concernente às boas intenções dos seus actos e do seu modelar agir. Agir por objectivos e atingir plafonds não é eufemismo nem sinónimo de cupidez, pois não?

Ou será, ainda, que sobre alguns casos mais notórios, tenhamos que pedir parecer ao Banco de Portugal?

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