VICIADOS EM JOGO

    Em 2009, foi realizado o estudo “Dependência do jogo em Portugal” que permitiu conhecer o número de viciados em jogos a dinheiro no nosso país e o respetivo perfil. Há pelo menos 16 124 viciados em Portugal e mais de 400 mil jogadores de risco. O aumento da oferta de jogos online a […]

  • 15:08 | Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2014
  • Ler em 2 minutos

 

 

Em 2009, foi realizado o estudo “Dependência do jogo em Portugal” que permitiu conhecer o número de viciados em jogos a dinheiro no nosso país e o respetivo perfil. Há pelo menos 16 124 viciados em Portugal e mais de 400 mil jogadores de risco. O aumento da oferta de jogos online a dinheiro, permitindo jogar sem sair do conforto e anonimato do lar, terá contribuído para o “fenómeno de rejuvenescimento da classe de jogadores.”  


No congresso do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), concluiu-se que: “Os viciados em jogos são sobretudo homens abaixo dos 50 anos, com sintomas depressivos e suicidas, que vão a casinos ou jogam na Internet.”  (Jornal de Notícias, 13/12/2013)

O vício em jogo é um problema sério que pode, se não for precocemente detectado e devidamente acompanhado, destruir a vida da pessoa, da família e dos amigos mais próximos. Todos nós conhecemos alguém, ou ouvimos relatos de um amigo ou vizinho, que passou do paraíso ao inferno porque era viciado no jogo, descontrolou-se, gastou o que tinha e o que não tinha, despersonalizou-se, enfim, perdeu o rumo, destruiu o presente e hipotecou o futuro.

Para todos os que gostam de jogar e acreditam que poderão sair vencedores da disputa, atentem no que aconteceu com o famoso ator Ben Affleck, na cidade do jogo – Las Vegas – mesmo sendo estrela de Hollywood, foi “impedido de jogar blackjack por ter dado prejuízo a alguns casinos por… jogar bastante bem’” (Diário de Notícias, 19/09/2014).

Não sei até que ponto a notícia será verosímil ou se não passa de mais um mito urbano americano… Contudo, nunca será mau sublinhar que o jogo a dinheiro pode tornar-se um problema financeiro, de saúde e social. A facilidade no acesso, basta uma ligação à internet e um cartão de crédito, aumenta o risco de adição.

Se estou a ganhar, continuo a jogar para aumentar a maquia angariada (é a minha estrelinha que cintila) até que… a sorte desaparece…

Se estou a perder, continuo a jogar para recuperar o investimento, até não poder mais…

Quando falamos com um jogador, conta-nos sempre a última façanha: “ganhei X€€€, correu bem”. Se questionarmos quanto já perdeu, a resposta é mais evasiva: “já perdi algum”, “mais do que ganhei”, “só jogo de vez em quando”, “invisto pouco de cada vez”…

Como já disse a um amigo, para um jogador ganhar algum, muitos perdem muito, por vezes, até o sentido da vida. Quando, caso aconteça, estiver a ganhar muito, pode acontecer-lhe o mesmo que ao protagonista de um filme que aconselho:

 “Em Parte Incerta”, realizado por David Fincher)

 

 

 

 

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião