Uma equipa imbatível

O que os Portugueses vão eleger é um projeto coerente e possível de Governo. Isso significa uma equipa que atua em conjunto e que, apesar de eventuais diferenças, reconhece uma liderança. Tudo o resto é acessório. Ser capaz de demonstrar solidez e coerência é o desafio de quem se propõe governar. E isso faz-se pela […]

  • 10:43 | Sábado, 15 de Agosto de 2015
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O que os Portugueses vão eleger é um projeto coerente e possível de Governo. Isso significa uma equipa que atua em conjunto e que, apesar de eventuais diferenças, reconhece uma liderança. Tudo o resto é acessório. Ser capaz de demonstrar solidez e coerência é o desafio de quem se propõe governar. E isso faz-se pela positiva, com ideias, com um projeto bem definido e com uma equipa segura. Mais do que eleger um primeiro-ministro, devemos eleger princípios, um programa de Governo e uma equipa para o executar, e confiar naqueles que estão dispostos a compromissos, isto é, que são capazes de juntar forças para atingir objetivos comuns que previamente acordaram.
Na campanha eleitoral, que aparentemente tomou conta da vida nacional, gostaria de ver isso mesmo. Uma forte declaração de compromisso onde seja dito com clareza quais os princípios que guiam as várias candidaturas. Isso é fundamental para perceber até onde irão os Governantes quando as dificuldades aparecerem, quais serão as suas balizas e as suas linhas vermelhas. É claro que não é possível dizer tudo em campanha eleitoral, e é ainda mais certo que muitas das coisas que hoje se consideram possíveis não possam ser cumpridas de imediato. O mundo muda, a realidade é dinâmica e é necessário enfrentar e corrigir as políticas de acordo com o que se observa e com os objetivos que temos em mente e que foram sufragados em eleições. Mas é também importante perceber quem são e o que pensam as pessoas que elegemos, bem como saber daquilo que são capazes e quais são as suas convicções mais profundas. Essa declaração princípios, de normas, é essencial para formar uma decisão.
Gostava de ver ainda um programa de Governo, bem definido, coerente e sólido. Algo que mostre a forma como a candidatura vê Portugal e o mundo, como antecipa a evolução do país e como pensa intervir para garantir que essa evolução se materializa. Um programa de Governo não é um conjunto de intenções mais o menos consensuais. É um documento de opções, de combate e confronto político, uma forma de perspetivar o futuro de Portugal e dos Portugueses, onde se mostram as dificuldades e as debilidades, mas também as forças e as potencialidades, definindo um conjunto coerente de políticas que reforçará as nossas competências e definirá um caminho sustentável de resolução dos nossos problemas. Um programa de Governo é um programa de intervenção na sociedade, bem definido, sem medo do confronto de opções, que afirma a esperança de um dia construir o país que desejamos.
Por fim, gostaria de eleger um equipa, forte… imbatível. Não percebo por que razão as várias candidaturas não dizem, com clareza, qual vai ser a sua equipa de Governo, para além do primeiro-ministro. Quem liderará a Economia, as Finanças, a Educação, a Cultura, mas também, o Desenvolvimento Regional, a Saúde, a Segurança Social, a Ciência, o Ensino Superior, etc. É muito relevante saber quem vai ser quem. Porque os programas de Governo, as ideias, as políticas, precisam de pessoas determinadas, com provas dadas, corajosas, com uma atuação baseada em princípios com os quais concordamos. Pessoas nas quais reconhecemos competência sólida e bem demonstrada, entrega sem reservas ao serviço público, capacidade de decisão e férrea determinação na defesa do interesse público. E precisam de uma equipa coerente que reconhece uma liderança e, sem esconder diferenças, percebe a necessidade de esforço conjunto para atingir objetivos que são superiores e caracterizam os projetos sólidos e coerentes.
As alternativas constroem-se assim e distinguem-se das meras candidaturas pela sinceridade e ausência de medo em afirmar ao que vêm, como o querem fazer e com quem.
 
(Diário As Beiras, 15 de Agosto de 2015)
 

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Publicado em Opinião