Terrorismo na Europa

        Quero aproveitar este espaço de tribuna para mais do que nunca manifestar uma palavra de pesar, de homenagem e de manifestação de solidariedade ao povo francês, às vítimas e aos seus familiares pelo ataque terrorista de 13 de Novembro em Paris.       Como cidadão europeu e do mundo, não posso deixar de me […]

  • 19:23 | Domingo, 22 de Novembro de 2015
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      Quero aproveitar este espaço de tribuna para mais do que nunca manifestar uma palavra de pesar, de homenagem e de manifestação de solidariedade ao povo francês, às vítimas e aos seus familiares pelo ataque terrorista de 13 de Novembro em Paris.

      Como cidadão europeu e do mundo, não posso deixar de me indignar e associar a uma dor que nos deve incomodar a todos. O que tivemos em Paris foi a prática de atos intoleráveis e provocatórios que pretendem ferir os valores e o modo de viver de uma sociedade ocidental, cuja consideração pelo valor da vida e da dignidade humana é decisiva. A condenação do terror, do ódio, do fanatismo e da barbárie deve ser realizada sem olhar a crenças ou a fronteiras.


      Parece que só agora muitos dos nossos concidadãos estão a acordar e a começar a ter conhecimento efetivo da realidade terrorista. E acordaram agora, porque os atentados ocorreram no coração da Europa, em Paris, cidade das Luzes e dos valores da liberdade, da fraternidade e da igualdade. Contudo, não podemos olvidar que este tipo de atentados e de fenómenos já tem ocorrido noutras partes do mundo, com consequências tão negativas e trágicas como as que agora ocorreram.

      O que tem de novo este fenómeno é que ele está cada vez mais perto de cada um de nós e começa a ser uma ameaça à rotina de segurança do nosso quotidiano. Na verdade, estes atentados vêm chamar a atenção para a necessidade de uma reflexão debate sobre como conciliar a liberdade individual, característica da nossa cultura, com a necessidade cada vez maior de manter a segurança. É que inevitavelmente é obrigatório equacionar uma resposta firme e cabal a esta violência terrorista. Todavia, a resposta não é fácil de obter. É que este problema e ameaça terrorista não tem só a ver com o Estado islâmico, não está só na Síria ou no Iraque, mas no interior da própria Europa. Não podemos esquecer que a grande parte dos autores destes atentados é filha da Europa, sendo homens e mulheres criados e educados neste continente. Assim, a agressão tem-se constituído dentro das fronteiras dos países ocidentais. Por outro lado, também não podemos esquecer que é o mundo ocidental que lhes compra o petróleo, que lhes vende as armas, assim como são empresas desse mesmo mundo que lhes fornecem apoio financeiro e económico.

      Deste modo, antes de mais é preciso desmascarar esta hipocrisia de muitos países ocidentais. Em seguida, é essencial assumir que esta questão do terrorismo não é mais dos países A ou B isolados, mas de um todo, que exige um esforço comum de cooperação. A Europa necessita de uma política de defesa comum. A Europa precisa de evoluir, de mudar de estratégia e decididamente apostar numa maior circulação de informação entre os países, de modo a estabelecer formas de prevenção. A Europa, para agir e não apenas reagir, tem de aprender a ser mais autêntica e verdadeira.

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Publicado em Opinião