Sim, Maria Luís, trabalhar com rigor para as pessoas

    É atribuída a Luís XIV a célebre frase “L´État c´est moi”. Uma frase que significa tudo aquilo que este monarca significou em termos de governo absoluto de França, nos séculos XVI e XVII, mas transporta também a arrogância humana de um poder que se pretendeu exercer como divino. Vem esta introdução a propósito […]

  • 16:13 | Terça-feira, 26 de Maio de 2015
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É atribuída a Luís XIV a célebre frase “L´État c´est moi”.


Uma frase que significa tudo aquilo que este monarca significou em termos de governo absoluto de França, nos séculos XVI e XVII, mas transporta também a arrogância humana de um poder que se pretendeu exercer como divino.

Vem esta introdução a propósito das declarações de Maria Luís Albuquerque ante uma plateia de jovens sociais-democratas, ao comentar a frase do último cartaz do PS: “trabalhar com rigor para as pessoas”.

E aquilo que perturbou a “inefável” Maria Luís foi a palavra “rigor”, deixando bem claro que mais ninguém ao cimo deste planeta azul pudesse ser rigoroso, para além de si própria, para além de “moi-même”.

Ora isto encerra todo um pensamento, toda uma ideia filosófica e política da ministra das finanças mas que poderia ter sido dita com a mesma segurança pelo seu primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. É um assim como que “o estado somos nós e só nós podemos decretar aquilo que é rigoroso e só nós podemos falar sobre economia e finanças, pois estamos predestinados para tal!”

Não, não estão.

Felizmente que a inteligência foi distribuída por todos e bem sabemos, hoje, que esses poderes absolutos e essas visões absolutas já não colhem.

E o problema do PSD e da coligação é que o PS e António Costa têm vindo paulatinamente a construir um caminho diferente, um rumo alternativo, credível e avalizado por muitos cidadãos e cidadãs deste país, como o demonstrou o cenário macroeconómico apresentado há um mês atrás e que deixou a direita à beira de um ataque de nervos.

Afinal havia, afinal há outro caminho, há alternativa às políticas que nos têm vindo a ser impostas, partindo do mesmo cenário de base e da mesma conjuntura portuguesa e europeia.

Para além disso, para um partido, o PS, que era acusado de não ter ideias, não deixa agora de ser curioso que quem está sem programa e sem propostas para o futuro seja a coligação. Ao ponto de a generalidade dos analistas oficiais, aqueles que enxameiam as televisões, estarem a enviar constantemente recados para dentro do governo e dos partidos da maioria, dizendo que já era tempo de se apresentarem também a jogo!

Pois bem, aguardemos o que aí vem, mas pelos sinais que vamos recebendo, este de Maria Luís ou aquele de que as pensões têm de ter mais cortes, querendo arrastar para tal o PS, não nos podem deixar descansados e irão, no momento próprio, receber o veredito do povo.

É que quanto ao rigor do governo, quanto ao rigor de Maria Luís, basta olhar para os indicadores sociais e económicos de hoje e para aqueles que haviam, por si, sido previstos!

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Publicado em Opinião