Salvar

    Nos últimos anos fartámo-nos de ouvir e ler os responsáveis mais importantes da União Europeia e dos seus países mais influentes acusarem os portugueses, justa ou injustamente, de termos “vivido acima das nossas possibilidades”, de sermos “despesistas”, de “gastarmos demais em mulheres e álcool”, entre outros mimos de quem no fundo tem dor […]

  • 14:44 | Segunda-feira, 15 de Maio de 2017
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Nos últimos anos fartámo-nos de ouvir e ler os responsáveis mais importantes da União Europeia e dos seus países mais influentes acusarem os portugueses, justa ou injustamente, de termos “vivido acima das nossas possibilidades”, de sermos “despesistas”, de “gastarmos demais em mulheres e álcool”, entre outros mimos de quem no fundo tem dor de corno de … de uma série de coisas. Há quem jure que quem empresta dinheiro devia ter mais cuidado, mesmo que sejam bancos franceses e alemães, mas isso é outra conversa.


A 13 de Maio, em Kiev, o nosso Salvador apareceu e conquistou a Europa com, diz-se, a beleza das coisas simples, uma boa canção que baniu a parolada e a artificialidade em que o “europop” se vinha a transformar e voltou a colocar Portugal nas bocas do mundo. As coisas que temos conseguido desde que nos livrámos de Passos e Cavaco. Notável.

Esta vitória, dizem alguns concidadãos, traz-nos um grande problema: a organização do Festival Eurovisão da Canção em 2018. Parece que a coisa costuma ser pró carote; uns 50 milhões de euros, juram os Ucranianos.

Depois do que os directórios europeus disseram de Portugal e dos portugueses e tendo em conta que a beleza das coisas simples volta a ser apreciada, acho que podíamos organizar um Festival que, para a Europa, primaria pela originalidade e não ofenderia quem tanto dinheiro nos “empresta”, nem causava problemas de coincidência ao Salvador.

E que tal organizar o festival num qualquer descampado beirão? O palco seriam uns simples taipais em cima de bidões e, para dar um toque especial, teríamos umas barracas com vinho e cerveja locais (pagas naturalmente) devidamente acompanhadas por umas bifanas. Para acrescentar algum “requinte” podíamos tentar arranjar um daqueles camiões palco com som, luzes e bailarinas de botas de cano alto integradas. Aposto que seria um sucesso e ficaria por meia dúzia de patacas. Quem sabe se alguma Câmara Municipal não se oferecia para pagar o estrago!

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Publicado em Opinião