Patamar Zero da Política Local

  No Natal de 2012, no acto de entrega dos infelizes “Cabazes de Natal” assistimos, provavelmente, ao ponto mais baixo do intitulado “Ruísmo”. Nessa ocasião, tivemos a entrega no pavilhão “multiusos” de 500 cabazes de Natal a famílias carenciadas, o que seria uma acção digna caso tivesse sido concretizada dentro dos níveis de decoro que […]

  • 22:22 | Terça-feira, 07 de Abril de 2015
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No Natal de 2012, no acto de entrega dos infelizes “Cabazes de Natal” assistimos, provavelmente, ao ponto mais baixo do intitulado “Ruísmo”. Nessa ocasião, tivemos a entrega no pavilhão “multiusos” de 500 cabazes de Natal a famílias carenciadas, o que seria uma acção digna caso tivesse sido concretizada dentro dos níveis de decoro que ocasiões desta natureza merecem. O modo como aquele evento decorreu, não fez mais do que estabelecer uma relação paternalista entre quem deu e quem recebeu, humilhando assim os últimos em frente de jornalistas e população que assistiu ao evento ou teve nota pela imprensa. Esse foi, na minha opinião, um infeliz momento da governação de Fernando Ruas como expressão de total desprezo e desrespeito pela dignidade humana.
Depois deste acto o “Ruísmo” sofreu duras críticas de diversos sectores da sociedade viseense mostrando que esta estava atenta. Excepto claro, dos seguidores, dos acérrimos militantes tipo que dependentes ou acéfalos aplaudem na esperança de “receber” também qualquer coisinha. Pessoalmente nutro a quase certeza que Fernando Ruas, à posteriori, se terá arrependido do acto e desejei secretamente que tal situação não se viesse a repetir na cidade de Viriato.
Mas a estupidez e a falta de bom senso, fazem sempre questão de nos provar que não têm limites. Chegados a 2015 Almeida Henriques, ao transformar, de novo, uma acção de solidariedade, neste caso relacionada com a entrega de subsídios para a reabilitação de habitações com a qual todos não podemos deixar de concordar, num espectáculo de comunicação ao melhor estilo que o Dr. Sobrado nos habitou, fez questão de realizar um infeliz remake da vergonha a que tivemos a infelicidade de assistir naquele ano de 2012.
Almeida Henriques parece ter esquecido as suas raízes, por um lado, sociais-democratas, baseadas na doutrina social da igreja e no personalismo, por outro lado a sua veia maçónica, logo fraternal, filantrópica e apreciadora dos bons costumes, e por último da sua origem social, assim apenas nos mostra a sua real persona. Um sujeito nulo de famílias humildes, que sem grandes qualidades pessoais ou profissionais (o seu cv é público), se encosta a um partido e à maçonaria de modo a fazer a sua vidinha sem o mínimo respeito pelo povo ou pelo sofrimento alheio.
Do actual Presidente da Autarquia, atento ao discurso que tem tido, esperava que não se sentisse sequer tentado a fazer dos problemas de terceiros um espectáculo público para autopromoção, mas ao fazê-lo apenas revela um vazio de carácter e uma falta de sensibilidade social demasiado graves para quem anda na vida política. Da mesma forma esperava mais sensibilidade do Dr. Sobrado e de quem o rodeia, assessorando Almeida Henriques de forma séria e não apenas como representação última do pior que esta III República produziu.
 

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Publicado em Opinião