Os miúdos de Abril

Os eleitores, ao votarem, deveriam ponderar se essa "mini-fauna" medíocre, despudorada, atrevida e descarada representa os seus sérios valores de cidadãos responsáveis e honestos.

  • 20:33 | Domingo, 26 de Abril de 2015
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O 25 de Abril é um símbolo. Da democracia.

Recordo-me de há alguns anos, em Montpellier, no sul de França, ter ido ao cinema assistir a “Os Capitães de Abril” e ao fim, ver com espanto os franceses a entoarem “Grândola”, em pé.

Para alguns portugueses o 25 de Abril ou nada significa ou tem uma conotação negativa. Como democrata respeito isso.


Respeito menos é que a Assembleia da República albergue muito garoto imberbe, que em 1974 nem como projectos de ser estavam agendados, que são deputados da Nação por muito corredor das jotas lamberem como lambões, que nunca souberam nem conseguiram ou quiseram saber alguma coisa da História contemporânea do seu país, ignorantes de fundo de quase tudo que não seja a subserviência/sobrevivência partidária e que se dão hoje, ao despautério de destratarem a democracia.

Talvez para caírem nas boas graças dos seus patrões…

A poucos meses das eleições legislativas, quando se anda num afã a “construir” listas de candidatos a deputados, seria salutar que aqueles que detêm a responsabilidade política de o fazer, tivessem presente que a miudagem que arrebanharem será no futuro o rosto de quem os escolheu e a face do partido político que os seleccionou.

Os eleitores, ao votarem, deveriam ponderar se essa “mini-fauna” medíocre, despudorada, atrevida e descarada representa os seus sérios valores de cidadãos responsáveis e honestos.

Mas também têm o pleno direito de se identificarem com eles e iguais a eles serem.

A democracia fez-se em Abril para o permitir. Pena que os miúdos o ignorem e que os adultos não os ensinem…

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