O IRREVOGÁVEL PARTIDO DO CONTRIBUINTE

    Paulo Portas é, sem dúvida, um dos melhores políticos portugueses de sempre. Um líder que, ao longo dos anos, fez crescer o partido e o projetou como alternativa para o designado “arco da governação”, como potencial parceiro de coligação. Conhecido pelas suas “sete vidas” e capacidade para transformar as fraquezas em forças, tem […]

  • 14:47 | Sábado, 18 de Outubro de 2014
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Paulo Portas é, sem dúvida, um dos melhores políticos portugueses de sempre. Um líder que, ao longo dos anos, fez crescer o partido e o projetou como alternativa para o designado “arco da governação”, como potencial parceiro de coligação. Conhecido pelas suas “sete vidas” e capacidade para transformar as fraquezas em forças, tem destruído muitos dos créditos conquistados ao longo de anos. A sua postura no Governo e o relacionamento com o parceiro de coligação, com alguns ganhos circunstanciais, tem desgastado a sua imagem e contribuído para a impopularidade do partido que já foi popular e do contribuinte. O pico do devaneio foi atingido com a célebre “irrevogável” demissão, agitando as águas num verão politicamente escaldante. A montanha pariu um rato e, em mais um “golpe de asa”, o líder centrista manteve-se no e reforçou a posição do CDS. Bom no imediato, mas talvez catastrófico no futuro. As próximas legislativas serão o barómetro, independentemente de haver ou não coligação Pré-eleitoral.


O CDS é, hoje, o “irrevogável” partido do contribuinte! Andou mal ao anunciar, durante semanas, que o Orçamento de 2015 teria que incluir a descida de impostos. O que dirá agora ao eleitorado? O Orçamento para 2015 é uma derrota para o CDS, independentemente de um ou outro fogacho de retórica, baseado na expressão chave “moderação fiscal”. Ainda pode encetar alguma retórica de defesa, baseada numa conquista de Pirro, com o desagravamento fiscal para as famílias com descendentes e / ou ascendentes a seu encargo.

O relógio colocado na sede do CDS, a anunciar a saída da Troika, prometia um novo amanhã que teimou em não acontecer. Os contribuintes acreditaram que poderiam deixar de ser espoliados e que a austeridade seria pretérita. Os portugueses constatam que o líder da “irrevogável” demissão faz (má) escola no “irrevogável” partido do contribuinte. Lamento muito que assim seja…

Ainda assim, atendendo à argumentação “balofa” do líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, devemos dar urros de alegria: “Descer impostos? A sorte foi não subirem.”

 

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Publicado em Opinião