O discurso primário da coligação PSD e CDS/PP

    A pré-campanha arrancou oficialmente, para a coligação PSD e CDS/PP, com a Festa do Pontal. E os discursos aí proferidos por Passos Coelho e Paulo Portas não podiam ter sido mais pobres e demagógicos, estando fora da realidade. Será que pensam que o povo português anda todo entusiasmado, ou que não tem memória? […]

  • 13:00 | Segunda-feira, 24 de Agosto de 2015
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A pré-campanha arrancou oficialmente, para a coligação PSD e CDS/PP, com a Festa do Pontal. E os discursos aí proferidos por Passos Coelho e Paulo Portas não podiam ter sido mais pobres e demagógicos, estando fora da realidade. Será que pensam que o povo português anda todo entusiasmado, ou que não tem memória?


É que os discursos falaram só do PS, das suas medidas, dos velhos papões e chavões, das ameaças e nada sobre as posições da Coligação para o presente e para o futuro de Portugal. Parece que a única coisa sobre a qual sabem falar é agitar o medo, junto do eleitorado, do regresso ao passado. Limitam-se a afirmar: fizemos, fizemos. Um discurso do passado, de continuidade, não se falando do futuro. Ora, tudo isto indicia que o Programa Eleitoral da Coligação não existe.

O que se tem tido oportunidade de ouvir nesta pré-campanha, por parte da Coligação, é um discurso medíocre, de apelos emocionais primários, ilógicos e insensatos. Afirmam que tiveram de percorrer um caminho difícil e penoso. Um caminho de austeridade para melhorar a vida dos portugueses. Passos Coelho chega mesmo a ter o descaramento de referir que até se preocuparam e protegeram os mais pobres, os pensionistas e a função pública. A ideia de que o país está melhor é descabida quando se faz um verdadeiro balanço dos ganhos e das perdas para Portugal, enquanto nação e para os portugueses individualmente.

Senão vejamos. A taxa de desemprego está em 11,9%, ainda muito elevada; nos últimos 4 anos, Portugal perdeu 218.600 postos de trabalho; estima-se que tenham saído de Portugal mais de 200 mil pessoas, na sua maioria jovens; verificou-se uma subida da população inativa, que se cifra em 243 mil pessoas; o subemprego cresceu, desde a entrada da Troika, em 36 mil pessoas; a taxa de desemprego jovem mantém-se também muito elevada; assistimos ao fecho de serviços públicos de proximidade, tribunais, finanças, escolas, postos de saúde; procedeu-se à privatização de empresas públicas com pouca racionalidade; registaram-se cortes de pensões e salários; promoveu-se a maior carga fiscal dos últimos anos; o ataque ao estado social foi uma constante; a dívida pública cresceu, apesar de todos estes sacrifícios e austeridade.

Contudo, parece que nada disto aconteceu ou se verificou pela ação deste Governo. Sejam rigorosos e honestos. Deixem que, com clarividência, o povo possa julgar o bem-fazer de que tanto se orgulham e tão bem-estar tem proporcionado a Portugal e aos portugueses.

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Publicado em Opinião