“… estes navios foram projetados para serem inafundáveis”

O que diria se ouvisse isto do Comandante do Titanic? Aquilo não afundou porque era grande demais, tinha problemas técnicos e com os materiais usados na construção (não devidamente testados), porque desprezamos a segurança, porque estava superlotado para uma viagem inaugural (2.200 pessoas para uma lotação máxima de 3.547), porque ligamos demasiado ao luxo (à […]

  • 10:03 | Segunda-feira, 09 de Junho de 2014
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O que diria se ouvisse isto do Comandante do Titanic?
Aquilo não afundou porque era grande demais, tinha problemas técnicos e com os materiais usados na construção (não devidamente testados), porque desprezamos a segurança, porque estava superlotado para uma viagem inaugural (2.200 pessoas para uma lotação máxima de 3.547), porque ligamos demasiado ao luxo (à “festa”) em vez da segurança e da operacionalidade, porque viajávamos a uma velocidade muito elevada, porque toda essa viagem foi uma imprudência para um barco que ainda não tinha sido testado, porque desprezamos os avisos de icebergues, ou sequer porque perante o icebergue fizemos tudo errado agravando o problema. Não, nada disso, não foi por isso que afundamos e morreram 1500 pessoas. Afundamos porque um anti-democrático e gigantesco icebergue, colocado no nosso caminho por um oceano disfuncional, se meteu à nossa frente e desfez toda a nossa “estratégia”.
O J.Galamba (apoiante de António Costa) diz algo parecido sobre o último Governo do PS no Expresso:
“Portugal tinha e tem enormes desafios na qualificação dos seus recursos humanos; tinha e tem enormes problemas na sua estrutura produtiva e no seu perfil de especialização; tinha e tem enormes problemas de desigualdade na distribuição do rendimento e da riqueza; tinha e tem a necessidade de modernizar o Estado. Mas, e é preciso dizê-lo, se há partido que, ao longo da sua história, tudo fez para que Portugal percorresse esse caminho e superasse os bloqueios do passado, esse partido foi o PS, em particular o último governo PS. E não, não estamos onde estamos por causa desse esforço, dessas políticas e dessa estratégia. Estamos onde estamos porque Portugal, à semelhança de outros países, foi vítima de uma crise financeira (a maior dos últimos 80 anos) que foi ampliada, nas suas causas, e bloqueada, nas suas soluções, por uma moeda única disfuncional (e que, desde 2010, se tem tornado ainda mais disfuncional)”
Link:
Assim só pode correr mal… muito mal.
 
NOTA FINAL

Dizia na altura a publicidade da empresa que construiu o Titanic: “Na medida do que é possível conceber, estes dois maravilhosos navios foram projetados para serem inafundáveis”.

(Também publicado no )


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Publicado em Opinião