GA(LA)MBA E A SARDINHADA

      O deputado socialista João Galamba mostrou toda a sua indignação em relação ao Governo e às medidas que defende para a Segurança Social. Desafiou o vice-presidente do PSD Marco António Costa para “um debate sério” na televisão sobre as propostas da coligação relativas ao futuro da Segurança Social e do sistema de […]

  • 17:02 | Domingo, 16 de Agosto de 2015
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O deputado socialista João Galamba mostrou toda a sua indignação em relação ao Governo e às medidas que defende para a Segurança Social. Desafiou o vice-presidente do PSD Marco António Costa para “um debate sério” na televisão sobre as propostas da coligação relativas ao futuro da Segurança Social e do sistema de pensões. Considerou também que assuntos sérios não devem ser discutidos em “sardinhadas”, um remoque ao comício do pontal onde iriam discursar os líderes da coligação PSD/CDS, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Uma piada com efeito boomerang, ou não tivesse o seu líder António Costa marcado, na véspera, presença no Festival da Sardinha em Portimão. A estrela ascendente, um protótipo de yuppie, não será grande adepto da tradicional sardinha e muito menos do ambiente popular inerente ao festival. Não haverá nada que substitua um bom sushi acompanhado por um Gin Hendricks, algo muito mais urbano e elitista… Deixemo-nos de gastronomia e bebidas destiladas…

Na “sardinhada” de Portimão, António Costa quando questionado sobre se tinha visto os outdoors da polémica, foi perentório: “Não, não vi os cartazes. Mas também seria inútil, a minha vocação não é ser técnico de marketing.”. Uma reação inaceitável. O líder do partido não viu e aprovou os cartazes? Não é o primeiro responsável por tudo o que diz respeito ao Partido Socialista? Se for, como deseja, eleito Primeiro-Ministro responsabilizar-se-á ou não por toda a equipa que o acompanha? Como mero exercício, imaginemos que durante o Verão de 2016, António Costa questionado sobre, por exemplo os incêndios, responde: “Não, não vi os incêndios. A minha vocação não é ser bombeiro.”

O líder socialista foi mais longe: “As pessoas talvez tenham olhado mais para as caras dos cartazes do que para os programas”. Porque apostou, não ele (António Costa) porque a sua vocação não é o marketing, o PS em cartazes?

Postura bem diferente teve o homem que assumiu os erros cometidos nos cartazes. Ascensão Simões dixit: “Quem é responsável por uma máquina deve assumir todas as falhas que ela demonstra, deve tirar ilações de tudo o que, publicamente, se reconhece como erro.”

Caro António Costa, a sua caminhada é difícil. Se quer obter a confiança dos portugueses, um bom princípio será começar por assumir também os erros que possam ocorrer durante a campanha. Caso contrário, instalar-se-á, dia-após-dia, a desconfiança, de como poderá vossa excelência reagir aos inevitáveis erros, que existem sempre, durante a putativa governação da próxima legislatura.

Entretanto, os seus adversários, Pedro e Paulo, somaram, no Pontal, mais uns pontos, deram uma boa demonstração de unidade da coligação e começam a ganhar o direito à sonhar com a vitória que o senhor parece não merecer.

(Foto DR)

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Publicado em Opinião