DESERTOS DE SOLIDÃO

David Dinis, diretor do Observador, na sua resenha intitulada “Enquanto Dormia” dá-nos conta das “Maravilhas da tecnologia: uma app para smartphone, de maquilhagem virtual,  fazer-nos parecer 10 anos mais novos. Se resolver experimentar, depois diga se funcionou, pode ser?”. Queremos viver mais anos, mas não queremos envelhecer, evitamos a todo o custo os “traços” do envelhecimento. […]

  • 11:09 | Quarta-feira, 23 de Julho de 2014
  • Ler em < 1

David Dinis, diretor do Observador, na sua resenha intitulada “Enquanto Dormia” dá-nos conta das “Maravilhas da tecnologia: uma app para smartphone, de maquilhagem virtual,  fazer-nos parecer 10 anos mais novos. Se resolver experimentar, depois diga se funcionou, pode ser?”.

Queremos viver mais anos, mas não queremos envelhecer, evitamos a todo o custo os “traços” do envelhecimento.

Norbert Elias, notável sociólogo, considerou que “a falta de identificação e empatia que os mais novos e saudáveis manifestam em relação àqueles que envelhecem e morrem contribui para que surja nestes últimos uma sensação real de isolamento e de maior vulnerabilidade.”


A juventude e a saúde dificultam a visão futura do envelhecimento e das suas consequências. Ainda assim, a ideia que se tem do envelhecimento não é boa e tudo se tenta fazer para retardar o enrugar da pele…

Ainda não testei a app, mas tenciono fazê-lo. A ideia de voltar a “ter” 27 anos agrada-me. Contudo, agradar-me-ia mais uma app que nos ajudasse a entender melhor o processo de envelhecimento, as suas consequências e que estimulasse a solidariedade intergeracional.

Talvez seja interessante investir numa aplicação que registe as ações solidárias do nosso quotidiano. Poderão parecer coisas simples, mas um “bom dia”, uma ajuda no transporte das compras, uma conversa, um sorriso, fazem toda a diferença nas nossas vidas. Uma app que poderia dar um contributo para combater os “desertos de solidão” (Norbert Elias).

 

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião