DEMÊNCIA: ESTRATÉGIAS E POLÍTICAS

      Participei nas reuniões de trabalho da Alzheimer Europe, em Bruxelas, nos dias 27 e 28 de junho, que incluíram um almoço debate, no Parlamento Europeu – The current and future treatment of Alzheimer`s dementia. A partilha de experiências entre os representantes dos diversos países e as informações plasmadas no relatório European Dementia […]

  • 10:26 | Sexta-feira, 30 de Junho de 2017
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Participei nas reuniões de trabalho da Alzheimer Europe, em Bruxelas, nos dias 27 e 28 de junho, que incluíram um almoço debate, no Parlamento Europeu – The current and future treatment of Alzheimer`s dementia. A partilha de experiências entre os representantes dos diversos países e as informações plasmadas no relatório European Dementia Monitor reforçam as prioridades definidas e defendidas pela Alzheimer Portugal, ou seja, a demência deve ser uma prioridade de saúde pública; a urgência de um Plano Nacional para as Demências bem como da criação do Estatuto do Cuidador Informal.  

O relatório tem como objetivo fornecer um benchmark de políticas nacionais para a demência, a fim de comparar e classificar as respostas dos países europeus. Foi realiado um inquérito que abrangeu todos os Estados-membros da União Europeia (com exceção da Estónia), bem como a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, Jersey, Israel, Mónaco, Noruega, Suíça e Turquia. Foram comparadas 10 categorias: 1.  Disponibilidade dos serviços de apoio e prestação de cuidados; 2.  Acessibilidade dos serviços de apoio e prestação de cuidados; 3.  Reembolso dos medicamentos; 4.  Disponibilidade de ensaios clínicos; 5.  Envolvimento do país em iniciativas europeias de investigação na área das Demências; 6.  Reconhecimento da demência como uma prioridade; 7.  Desenvolvimento de iniciativas dementia-friendly, 8.  Reconhecimento dos direitos; 9.  Ratificação dos tratados, internacionais e europeus, sobre direitos humanos; 10. Apoios e direitos dos cuidadores familiares no emprego.

Portugal obteve a sua melhor pontuação em três tópicos: existência de legislação que promove os direitos das pessoas em situação de incapacidade (por exemplo: testamento vital e procuração para cuidados de saúde); assinatura e/ou ratificação de Convenções Internacionais como, por exemplo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e participação em investigação e em ensaios clínicos, a nível europeu. A nossa pior pontuação centrou-se em dois tópicos: apoio no emprego aos cuidadores familiares e iniciativas amigas das pessoas com demência.

Recentemente, no dia 07 de junho de 2017, na Conferência organizada pela Confederação dos Empresários de Portugal – CIP, intitulada Envelhecimento Ativo: uma Prioridade para Portugal, defendi, no âmbito das Comunidades Amigas das Pessoas com Demência, a urgência da sensibilização das entidades empregadoras para as necessidades das pessoas com demência e dos seus cuidadores, bem como do lançamento da campanha nacional Amigos das Pessoas com Demência que tem como principais objetivos:  aumentar o nível da consciencialização sobre a demência; difundir uma mensagem positiva e inclusiva; ajudar a compreender como é que a demência afeta as pessoas; diminuir o estigma associado à demência e contribuir para alterar comportamentos. 

Importa não esquecer que a demência não é apenas uma questão de saúde, é um problema social que nos afeta a todos e perante o qual não podemos ficar indiferentes.

A Alzheimer Portugal continuará a trabalhar para que se reconheça a demência como uma prioridade de saúde pública e a apelar ao governo para que desenvolva uma estratégia nacional para a demência, no intuito de se implementarem políticas mais dementia-friendly, ou seja, que garantem o melhor apoio às pessoas com demência e aos seus cuidadores, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida.

 

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Publicado em Opinião