De volta à normalidade…

  Os dias de Agosto são quentes e longos, as viagens de carro para o trabalho são mais demoradas, nas avenidas da cidade não há nem um lugar de estacionamento e é preciso dar voltas e voltas apressadamente porque se aproxima a hora para ir trabalhar.   São várias as línguas que se ouvem nas […]

  • 12:43 | Quarta-feira, 22 de Agosto de 2018
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Os dias de Agosto são quentes e longos, as viagens de carro para o trabalho são mais demoradas, nas avenidas da cidade não há nem um lugar de estacionamento e é preciso dar voltas e voltas apressadamente porque se aproxima a hora para ir trabalhar.

 


São várias as línguas que se ouvem nas ruas, “Un café s’il vous plaît”, “son, do not go to the road”…

No Restaurante onde se petisca com o namorado, todos os sábados à tardinha, depois de uma longa semana de labuta, é preciso reserva, nem dá para acreditar; a Tasca do Zé onde se come presunto caseiro e queijo da Serra, que tem mais de metade das mesas vazias durante o ano, tem agora mesas agora reservadas para 10… são reencontros de família.

No Banco esperam-se horas a fio. Vêem-se notas cor-de-rosa quase a esvoaçar. A Dona Maria levanta toda a sua reforma no mês de Agosto e distribuí uma nota a cada um dos seus oito netos, que por circunstâncias da vida só vê uma vez por ano.

No centro comercial, um emigrante gaulês, presumo pelo sotaque, que levava debaixo do braço o seu caniche, fazendo-me lembrar logo o Pinóquio, o cão da minha tia de França, é alertado pelo segurança que não pode entrar com animais, chama o segurança de todos os possíveis e inaceitáveis nomes e recusa respeitar as regras impostas. Eu assisto da loja dos perfumes e penso:” Só faz isto porque sabe que está em Portugal. Na França, ou na Suíça, esta noite iria ver o sol aos quadradinhos”.

Mas morar longe, morar longe é ser livre. É querer voltar para os braços da mãe, que curam, em dias difíceis, é aprender a gostar de frio ou de calor quando assim tiver de ser. É fazer novos planos é também recomeçar sempre que é preciso, é ir sem pensar mil vezes, é não saber o que pode acontecer, numa recém instalada rotina ao sabor das imprevistas novidades.

É não estar no nascimento do primo, no aniversário do tio, e nos almoços de assado de domingo.

Ah, hoje a viagem de casa para o trabalho foi mais curta e não foi preciso dar voltas e voltas à avenida, tinha estacionamento mesmo à porta. É o primeiro sinal de que este Agosto está a chegar ao seu fim…

 

 

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