BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE

    Agradeço aos meus pais a educação que me deram. Sendo filho de pai e mãe humildes, tenho um enorme orgulho nos valores que transmitiram tanto a mim como à minha irmã. Nascidos e criados em ambiente rural, “bom dia”; “boa tarde”; “boa noite”; “olá”; “viva, como está” (…) são saudações que não negligenciamos, […]

  • 21:13 | Domingo, 29 de Novembro de 2015
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Agradeço aos meus pais a educação que me deram. Sendo filho de pai e mãe humildes, tenho um enorme orgulho nos valores que transmitiram tanto a mim como à minha irmã. Nascidos e criados em ambiente rural, “bom dia”; “boa tarde”; “boa noite”; “olá”; “viva, como está” (…) são saudações que não negligenciamos, até designadas de “salvação”. Dizer “bom dia” à senhora Maria tem uma dupla função: saudar e salvar.


Há tradições que, para mim, ainda são o que eram. Sempre que entro num local cumprimento os presentes e despeço-me quando saio. Pode ser um anacronismo, algo bafiento, mas não abdico deste princípio que parece cair em desuso e ser gerador de reações algo caricatas, das quais destaco olhares de soslaio e franzires de sobrolho algo intimidatórios…

Um dos locais que frequento, ainda que não seja com a regularidade desejável, é o ginásio ForLife. Ao entrar no balneário, saúdo os presentes. Muitos dos “atletas” não retribuem o cumprimento, talvez porque não possam desperdiçar energias que serão preciosas no treino de alto impacto que farão ou, caso já tenham terminado o “trabalho muscular”, o oxigénio não chegará convenientemente ao cérebro inibindo-os de exprimir-se oralmente, deixando, a alguns, apenas as calorias necessárias para arrotarem no chuveiro e ouvir-se em todo o balneário.

Na passada quinta–feira, houve novidades…

Fui a uma aula de Cycling, entrei, dirigi-me a uma das bicicletas e comecei a ajustá-la até que se aproximou um senhor, na casa dos 50 anos que me cumprimentou:

– “Olha, já me roubaram a bicicleta, este senhor (eu) ficou com a “minha” bicicleta, caramba!”

Tratou-me por “senhor”, apreciei o cumprimento. Olhei para o “senhor” e disse-lhe:

– “Boa noite. Se gosta tanto desta bicicleta, igual a todas as outras, faça o favor de ficar com ela. Gosto de ver as pessoas felizes.”

Quem estava mais próximo riu-se, abanou a cabeça em sinal de reprovação, em reação ao “senhor” que adora uma determinada bicicleta, mudei para outra e ele lá pedalou todo satisfeito…

A espuma dos tempos…

Boa tarde!

 

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Publicado em Opinião