Banho de REALIDADE

O PM descobriu, com esta sua falta de pagamento de obrigações à Segurança Social, que a vida não é, de facto, um “contos de crianças”: tem muitas tonalidades de cor e não é tudo preto ou branco. Ele próprio, por não ter cumprido regras e se ter esquecido que “sem regras a UE se desmorona”, […]

  • 10:15 | Domingo, 01 de Março de 2015
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O PM descobriu, com esta sua falta de pagamento de obrigações à Segurança Social, que a vida não é, de facto, um “contos de crianças”: tem muitas tonalidades de cor e não é tudo preto ou branco. Ele próprio, por não ter cumprido regras e se ter esquecido que “sem regras a UE se desmorona”, não pagou durante vários anos as contribuições obrigatórias à Segurança-Social e beneficiou da ineficácia dos serviços de então para deixar prescrever essa falta: ele sabia que não tinha pago, os serviços é que não detetaram. Hoje teria visto os seus bens penhorados, sem apelo nem agravo, caso não regularizasse esse pagamento. Ainda bem que o fez. Mais vale tarde do que nunca.

O ministro da Segurança Social, isto é, que tutela os serviços que no passado não detetaram esta como eventualmente outras faltas de cumprimento de obrigações, em vez de estar calado (já deveria saber que quando abre a boca ou entra mosca ou sai asneira), resolve colocar o ónus nos serviços e dizer que os “cidadãos não podem ser responsabilizados por erros da administração”.
Uns e outros, devido a uma simples falha do atual Primeiro-ministro (que deveria ser só isso, uma falha do passado, mas que perante as circunstâncias do presente tem alguma relevância), levaram um banho de humildade e de realidade, algo que lhes falta MUITO. E ficaram agora a perceber, espero eu, que isto de cumprir obrigações e exigir o cumprimento de regras é muito bonito, muito interessante, mas tem cambiantes interpretativas (ou narrativas, como se costuma agora dizer) diferentes quando se está de barriga cheia ou de barriga vazia. Também talvez agora percebam que quando alguém está em dificuldades, ou não cumpriu as suas obrigações no passado, não se lhe aponta o dedo friamente e se expõe as suas dificuldades, mas antes se tenta perceber as razões e se ajuda aquela pessoa, família, ou país, a não as repetir no futuro. Isso porque, de facto, tudo o que construímos depende do cumprimento de obrigações por parte de TODOS.
Quase que me apetece dizer-lhes: bem-vindos à realidade e vejam lá se CRESCEM
PM a falar sobre o cumprimento de regras: .
Ministro da Segurança-Social a dizer que a culpa é dos serviços: .

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Publicado em Opinião