À PROCURA DE UM FUTURO

    Em 2007, publiquei o texto  “À procura de um futuro”, no blogue Cegueira Lusa. Decidi dar-lhe uma nova oportunidade, neste espaço. Se o leitor me der a honra de o ler,  concordará que, para o mal da humanidade, está, 8 anos depois, atual. Infelizmente…   As ilhas Canárias são constantemente o palco da […]

  • 12:05 | Domingo, 26 de Abril de 2015
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Em 2007, publiquei o texto  “À procura de um futuro”, no blogue Cegueira Lusa.


Decidi dar-lhe uma nova oportunidade, neste espaço. Se o leitor me der a honra de o ler,  concordará que, para o mal da humanidade, está, 8 anos depois, atual. Infelizmente…

 

As ilhas Canárias são constantemente o palco da chegada de imensas embarcações (cayucos) repletas de homens, mulheres e crianças, dispostos a tudo para alcançarem solo europeu onde anseiam vir a ter uma vida melhor. Após uma longa jornada, dependentes de grupos organizados que os exploram, o seu destino é invariavelmente um campo de refugiados, construído especificamente para esse fim, e posterior expulsão podendo, por vezes, esta miragem levar alguns à morte.

De acordo com uma notícia veiculada pelo semanário Sol, a Espanha prepara-se para expulsar um milhão de ilegais do seu território. Ainda nesta notícia, fica-se a saber que a chanceler alemã, Ângela Merkel, defendeu em Madrid uma resposta global para esta crise à qual a Europa não tem dado resposta positiva.

A União Europeia e os Estados Unidos da América, principais zonas de acolhimento, têm vindo tendencialmente a levantar entraves à entrada de imigrantes nos seus territórios. No Velho Continente a vontade de controlar as fronteiras é crescente, mesmo em países considerados muito hospitaleiros.

Parece que a União Europeia está verdadeiramente empenhada na política migratória e tem estado em análise a criação de um sistema de patrulhas navais e aéreas. Os mecanismos criados são diversos, mas mais significativo parece-me ser o exemplo americano. Assim, o Senado adoptou um diploma que pretende alterar grandemente a política americana de imigração. Uma das principais medidas é, imagine-se, a construção de uma vedação de cerca de 600 quilómetros ao longo da fronteira mexicana. O muro está a crescer, os patrulhamentos também.

Proibir não me parece a solução. Enquanto os países mais endinheirados não acertarem políticas sociais e humanitárias à escala global para ajudarem a criar melhores condições nas zonas mais desfavorecidas do globo, o fluxo de pessoas capazes de arriscar a própria vida para terem um futuro melhor, não parará de aumentar.

O verão está a chegar, com ele virá o bom tempo e as condições de navegabilidade aumentarão também. Muitos barcos chegarão às costas europeias, repletos de crianças, mulheres e homens. Até quando???

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Publicado em Opinião