A “JUMBIFICAÇÃO” DA FNAC

    Uma das coisas mais irritantes no hipermercado Jumbo é a poluição sonora existente junto à zona dos livros. Não sei se o leitor já terá sentido o mesmo. Eu fiquei com os nervos à flor  da pele, quando tentei observar a oferta de livros existente e fiquei exposto a uma poluição sonora inexplicável. […]

  • 12:24 | Domingo, 05 de Julho de 2015
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Uma das coisas mais irritantes no hipermercado Jumbo é a poluição sonora existente junto à zona dos livros. Não sei se o leitor já terá sentido o mesmo. Eu fiquei com os nervos à flor  da pele, quando tentei observar a oferta de livros existente e fiquei exposto a uma poluição sonora inexplicável. Não concebo a razão de ser de uma coluna de fraca qualidade, ajustada à música que “vomita”, impedindo-nos de parar, pegar, folhear e comprar um livro que nos agrade porque emite um som que nos fere os ouvidos, a mente e a paz de espírito. Apetece dizer ao gerente que ponha mais alto e desligue.


Se no Jumbo é mau, num espaço que diz querer “vender” cultura é péssimo, é inaceitável. Na FNAC, a mistura de sons torna os espaços desconfortáveis, irritantes. Em algumas zonas da loja, cruzam-se os sons ambiente, da aparelhagem mais recente ou em promoção e o da TV que, para atrair o cliente, passa um filme ou um concerto em “alto som”!

O Café da FNAC que, a meu ver, deveria ser um espaço de eleição para a leitura e para uma boa conversa, tornou-se num local ruidoso e desconfortável, dificultando ou mesmo impossibilitando o diálogo ou a leitura. Um espaço desajustado que soma um mau serviço de atendimento. Numa manhã tranquila, fui comprar o jornal, perguntei se serviam torradas, o colaborador anuiu e pedi um Santal pêssego / manga.  Trouxe-me um Santal Cenoura / Laranja… Esperei 5, 10, 15 minutos…e a torrada não chegava…a adensar o tempo de espera, o ruído insuportável, o som ambiente da loja + o som da TV ao lado do café + o som de fundo do Café, imagine-se…os diálogos e músicas de um filme de animação que não estava a ser projetado na tela onde habitualmente acontece. À beira de um ataque de nervos, mas educadamente, levantei-me, dirigi-me ao balcão e perguntei a uma menina pela torrada que deveria acompanhar a bebida que o colega decidiu levar-me. Qual não é o meu espanto quando me diz que o colega foi buscar o pão, mas deve estar a chegar…. Paguei a despesa e vim-me embora sem comer, nem beber. Fui, durante anos, um fã incondicional da FNAC. Quando a loja abriu um Viseu fiquei radiante. Nos primeiros anos, tudo ok, o serviço correspondeu às expectativas, atendimento personalizado, colaboradores com notório conhecimento nas suas áreas em quem  confiávamos. Hoje, salvo raríssimas excepções (arrisco dizer que serão quase todos colaboradores que abriram a loja em Viseu), o atendimento piorou muito. Rodar jovens têm vantagens orçamentais no curto prazo, no médio / longo prazo, poderá funcionar como uma bomba relógio pronta a explodir. Não por serem jovens (merecem uma oportunidade), mas pela curta permanência que impossibilita a adequada formação e conhecimento do posto de trabalho.

Estou a redireccionar as minhas opções:

– Pequeno almoço: na pastelaria tradicional, com pão regional e compra do jornal no local habitual, não correndo o risco de me querem, ao passarem o código do jornal de fim de semana, cobrar mais  por  desconhecimento  ou ter que aguardar pelos semanário que está no armazém e vem com os suplentes em duplicado…

Aos diretores da FNAC deixo uma sugestão: visitem o Festival do Silêncio, no Cais do Sodré, em Lisboa. Talvez possam entender melhor a relevância da “palavra dita, escrita, penada, encenada, musicada, filmada e ilustrada”.

 

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Publicado em Opinião