A IRRITABILIDADE DE ANTÓNIO COSTA

    Não será fácil ter a paciência necessária para responder às questões, nem sempre apropriadas e/ou oportunas, que são colocadas pelos jornalistas. Ser figura pública tem prós e contras. Ser um político relevante é sinónimo de constante exposição mediática. A relação entre os políticos e os jornalistas caracteriza-se por uma constante tensão, umas vezes […]

  • 11:04 | Quinta-feira, 05 de Março de 2015
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Não será fácil ter a paciência necessária para responder às questões, nem sempre apropriadas e/ou oportunas, que são colocadas pelos jornalistas. Ser figura pública tem prós e contras. Ser um político relevante é sinónimo de constante exposição mediática. A relação entre os políticos e os jornalistas caracteriza-se por uma constante tensão, umas vezes positiva outras nem por isso.


Ver António Costa, Presidente do Município Lisboeta e líder socialista, com os nervos à flor da pele com questões colocadas por uma jornalista, não deixa de ser surpreendente. Recusou-se a responder e mostrou o seu desagrado porque a jornalista “saiu de trás de um carro” e aconselhou-a, caso pretenda obter declarações, a marcar uma entrevista. Será uma espécie de blackout, consequência das declarações menos felizes dos últimos dias?

O nervosismo de António Costa, sendo estranho num “peso pesado” da política nacional, tem algum fundamento. Tem fundamento porque, após ter vencido as diretas, nunca conseguiu subir significativamente nas intenções de voto dos portugueses. O nevoeiro que se abateu sobre o PS ameaça adensar-se, inviabilizando a chegada do salvador do pátria e ao poder.

A detenção de José Sócrates e a manutenção de alguns dos seus “ativos tóxicos” não permitem a Costa ensaiar uma “narrativa” atrativa e realista que devolva a esperança aos portugueses.

Adivinha-se um ano louco…

Pensei que Costa rapidamente conseguiria colocar os socialistas no rumo certo, algo que, manifestamente, o seu antecessor não tinha conseguido. Não tem tido arte nem engenho para capitalizar a dureza das medidas aplicadas pelo atual governo de coligação, em resultado do caos em que nos encontrávamos mergulhados em 2011.

 

Não concordo com muitas das medidas adoptadas pelo atual governo, mas tenho que reconhecer que a sua missão foi uma das mais complexas de sempre.

A questão que se colocará aos portugueses basear-se-á, de um modo simplista, na renovação da confiança nos atuais partidos de governo ou em apostar na esquerda e no PS.

Em crescendo estarão, neste momento, António José Seguro e a abstenção. Uma vez que não será possível votar em Seguro, foi atirado para a bancada, o PS terá dificuldade em afirmar-se como alternativa credível. Prevê-se, infelizmente, nova escalada da abstenção, a não ser que se comece a fazer política e se abandone a politiquice estéril, tão do agrado de muitos e que serve a poucos.

 

 

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Publicado em Opinião