A derrota dos taxistas

Desde o ano de 2014, a Uber revolucionou as cidades onde chegou, sabe-o quem anda a pé ou de transportes públicos. Nas ruas, os taxistas têm feito tudo para o evitar: entopem o trânsito, agridem os passageiros e os motoristas da Uber, estão à entrada nos hotéis e no aeroporto a insultar pessoas. Há conflito. […]

  • 19:47 | Terça-feira, 02 de Outubro de 2018
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Desde o ano de 2014, a Uber revolucionou as cidades onde chegou, sabe-o quem anda a pé ou de transportes públicos. Nas ruas, os taxistas têm feito tudo para o evitar: entopem o trânsito, agridem os passageiros e os motoristas da Uber, estão à entrada nos hotéis e no aeroporto a insultar pessoas. Há conflito. Só se espanta quem nunca andou de táxi numa grande cidade…

Qual é o problema dos taxistas? É a concorrência, mas isso nenhuma atividade profissional quer.  Se a Uber não é legal, se há desvantagens legais, impostos, as licenças, para os taxistas, os protestos não se fazem contra quem está do lado da concorrências, mas perante quem os deixa ser concorrência. É isto.

Ainda hoje, circulam na cidade, aqueles Mercedes-Benz amarelos, dos anos 90, e a maioria dos taxistas, parece não saber onde fica a Avenida Maria e a Rua Manel, anotam as maior distância entre o ponto A e ponto B da cidade. Do Aeroporto até a ponto X, são 10 euros, mas amanhã com um fluente cliente britânico, são 30 euros.


Durante anos, os taxistas não tiveram concorrências e nada fizeram para evoluir. A Uber é preferência  para a maioria, porquê?  É um programa de computador que gera toda a operação de negócio, há facilitismo na mobilidade, em qualquer parte da cidade com um smartphone chamamos um Uber. Ainda nas áreas da legalidade, como o sistema usa exclusivamente pagamentos por cartão de crédito, as operações são todas registadas e todos os intervenientes são taxados conforme a lei. Não há dinheiro vivo, nem acréscimos ocultos, nem trocos por baixo da mesa. Há conforto, são na maioria carros novos, seguros, limpos. Fica registado o tempo de espera, a matrícula do veículo, o nome do condutor e o custo da viagem.

Têm sido dias consecutivos de protesto e uma luta pela sobrevivência. É este o panorama. Com razão ou não quanto às novas plataformas, o sector está a ser vítima da sua incapacidade de resistir à concorrência, que, na esmagadora maioria dos casos, presta um melhor serviço, logo é a escolha do presente e será também do futuro.

A grande derrota dos taxistas, não está no governo que vai permitir ou não a legalização da Uber, está nos seus clientes que continuam a preferir a Uber e que não encontram motivos para se associarem a esta luta.

 

(Foto DR)

 

 

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