2 anos de festa e vinho!

    Por estes dias, alguns elementos ligados ao PSD (militantes acérrimos, empresários com cartão de militante e jotas sem cabeça) comemoram dois anos da eleição de Almeida Henriques; ainda por estes dias, uma larga maioria de viseenses e de militantes do PSD, chora o fim da presidência de Fernando Ruas; por fim, um punhado […]

  • 8:16 | Terça-feira, 29 de Setembro de 2015
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Por estes dias, alguns elementos ligados ao PSD (militantes acérrimos, empresários com cartão de militante e jotas sem cabeça) comemoram dois anos da eleição de Almeida Henriques; ainda por estes dias, uma larga maioria de viseenses e de militantes do PSD, chora o fim da presidência de Fernando Ruas; por fim, um punhado de amantes da cidade lamenta Setembro de 2013 e a consequente perda de oportunidade para afirmar Viseu no contexto das cidades europeias de média dimensão.
Mas, o referido mês de Setembro aconteceu e Almeida Henriques chegou ao poder. Atendendo ao percurso profissional e político do actual presidente da autarquia, não se esperavam milagres. Não há santo que nos valha quando não há matéria-prima ou matéria cinzenta. Assim a esperança transferiu-se para a equipa que Almeida Henriques conseguiria, ou não, montar. Da Vereação, das quais se conheciam os rostos, não eram esperados milagres excepção feita à novidade do CDS colocar um membro no Executivo ao fim de 20 anos de poder laranja. Mas, num golpe de sorte, surge Jorge Sobrado que apesar da sua competência, o seu departamento é o único que funciona, não tem mãos a medir. Infelizmente, devido a incompetência alheia, Jorge Sobrado rapidamente se transformou no faz tudo da C.M.V. O homem da percussão passou a maestro, por incompetência deste último e desta maneira Viseu perdeu a oportunidade de dar o passo em frente em relação ao que era conhecido dos tempos do “Outro Senhor”. Festa e vinho, propaganda e foguetório, especialidade onde Sobrado brilha por ausência de ideias dos demais. Pouco, muito pouco.
Fernando Ruas, não vamos ser injustos, levou o seu tempo (diria que demasiado) mas desenvolveu o hardware da cidade, de Almeida Henriques esperava-se o desenvolvimento do Software e o conceito até ele o apregoa mas até agora só deu “falha de programa”. Assim, sem ser muito exaustivo passo à verve, às promessas e ao programa eleitoral que elegeram Almeida Henriques.
Nos grandes temas, todos sabemos, que do alto da sua fanfarrona propaganda, Almeida Henriques apresentou para o início de 2015 a Ligação Aérea Viseu-Lisboa, estamos a caminho do último trimestre e o resultado é zero. Depois temos a eterna promessa da ligação de Viseu à rede ferroviária nacional e, de novo, o resultado é zero. Por último temos a garantida auto-estrada Viseu-Coimbra, que entretanto foi transformada em Mangualde-Coimbra, cujo avanço se resume, de novo, ao número zero. Até meio de mandato, Almeida Henriques, falhou em três das três grandes promessas que fez, mesmo sabendo que dele não dependiam. Almeida Henriques, sem necessidade, meteu-se numa equação de soma zero e o resultado foi o esperado.
Alargando o espectro de análise, a prometida atractividade do centro parece limitada à vida nocturna. A incapacidade de atracção de investimento é real, as famílias cujos filhos têm de sair do concelho sabem disso. Almeida Henriques ainda falhou na prometida integração de Viseu na rede logística nacional, nunca mais voltou ao tema. A prioridade da valorização e modernização da oferta comercial ainda por cumprir, desapareceu. Viseu ainda espera a primeira edição do Festival Internacional da Música e da Dança ou do Festival de Literatura da Beira Alta. Ainda estamos por descobrir como será implementada a Estrutura Ecológica Urbana, para a preservação dos espaços verdes estruturantes bem como de um conjunto de corredores verdes entre eles, o centro da cidade. Não sabemos quando será promovida a propalada “cultura de promoção da eficiência energética”. Ninguém mais ouviu falar da Feira da Saúde. Não sabemos quando será mais operacional o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil, nem quando será elaborado o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Para quando o reforço da polícia municipal? E em que gaveta está o programa “Aconchego Viseu”? Quando podemos esperar uma C.M.V como agente facilitador para a criação de programas de apoio ao emprego protegido e à acção social diferenciada? Relativamente ao Viseu Terceiro, um triste nome que define bem a visão do actual executivo sobre cultura, é notório que não existe uma política cultural e que o governo da cidade se demite das suas funções de dinamizador de uma vida cultural variada em favor de uma política de festa vinhateira. E por ai fora… basta ir ao Google e ao programa do Viseu Primeiro.
Almeida Henriques, abanará a cabeça dizendo lá vem o má-língua mas, facto é que está tudo no programa que deveria revisitar, consultar bem como a desatenta e rendida oposição.
Resumindo estes dois anos, em termos de comunicação Viseu chegou ao séc. XXI mas em termos de visão do que é uma cidade ainda não saímos dos anos 90, o demérito cabe todo a Almeida Henriques. Em termos de capacidade de trabalho voltamos aos anos 80, a culpa é de todo o executivo. A única coisa que se mantém igual, na sua incapacidade, é a oposição, por isso Almeida Henriques pode dormir descansado, Viseu continuará a viver da festa e vinho. Haja saúde!
 
 

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Publicado em Opinião