Jogo viciado?

    Foi ontem detido um administrador de uma das maiores empresas portuguesas da região centro. Previsivelmente com o intuito de ser interrogado pelos magistrados que têm a seu cargo a “Operação Marquês”. Esta empresa sediada em Leiria tem um amplo ramo de interesses e investimentos nas áreas do ambiente e energias, automóveis, comunicação, construção […]

  • 20:19 | Quinta-feira, 23 de Abril de 2015
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Foi ontem detido um administrador de uma das maiores empresas portuguesas da região centro. Previsivelmente com o intuito de ser interrogado pelos magistrados que têm a seu cargo a “Operação Marquês”.
Esta empresa sediada em Leiria tem um amplo ramo de interesses e investimentos nas áreas do ambiente e energias, automóveis, comunicação, construção civil e obras públicas, imobiliária, indústria e serviços, turismo, etc., a nível nacional e internacional.
Dela se diz na imprensa ter tido o seu boom na “era socrática”. A sua facturação é de inumeráveis milhões. A sua presença vai desde o Médio Oriente, à Venezuela, Angola, Europa central et all.
É bom termos muitas empresas dinâmicas e com este grau de crescimento e expansão. Aliás, todas as nossas grandes empresas deveriam ser assim. Para nos dar “confiança no futuro” e, como refere o seu “boss” numa mensagem ao povo: “é particularmente difícil afirmar ter confiança num futuro que apresenta tantas incógnitas. No entanto, são já mais de 80 anos de história, mais de 15 anos enquanto grupo, mais de 2.500 colaboradores, mais de 10 países, vários sectores de actividade… São apenas números mas servem para ilustrar dois aspectos essenciais: experiência e diversidade.” E remata invocando os seus “ valores: Rigor, Solidez e Cooperação”.
Um grupo assim, tão bem estruturado, com tais princípios e linhas de acção, tão modelar na sua postura e domínio intercontinental nunca deveria ser suspeito de irregularidades. Pelo contrário, pois que há milhares de olhos nos seus exemplos fixados.
Todas as empresas deveriam ter os mesmos direitos e deveres. Todas deveriam ser acarinhadas – enquanto entidades geradoras de riqueza e emprego – pelo poder central e local. E sê-lo-ão, sem dúvida, com transparentes regras, pelos dinheiros comunitários, pelas entidades de apoio empresarial, pelas AICEP’s deste mundo…
E tudo sob a imperiosa exigência dos tais “Rigor, Solidez e Cooperação”.
Qualquer grupo com suspeitas de favorecimento de governantes e ex-governantes deveria ser punido pela eventual deslealdade ou batota feita. As normas são iguais para todos e quando são desrespeitadas, que respeito poderemos nós ter por quem ignora o significado do respeito?
Os grandes grupos empresariais de Portugal são um espelho do país? Estou certo que não. A árvore não é a floresta. Por isso mesmo, as empresas “limpas” teriam toda a vantagem em mostrar que o são e que são um orgulhoso êxito pela qualidade dos seus produtos, pelas práticas de excelência e pelo rigor da sua gestão.
Quando as cartas estão marcadas qualquer analfabeto ganha… Quando o cavalo está dopado, o circuito encolhe…
Para bem da economia deste território do Centro e do imaculado bom nome empresarial, faço votos de que tudo se possa clarificar e que nada exista de reprovável nos actos dos então e ora detidos…
 
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